Presidente do Zimbabué pede ao país que esqueça as eleições e olhe para o futuro

O Presidente do Zimbabué, Emmerson Mnangagwa, pediu aos cidadãos que se unam e coloquem o conturbado “período eleitoral para trás” e “abracem o futuro”, no seu primeiro discurso público desde que venceu as eleições.

O recém-eleito chefe de Estado falava no feriado do Dia dos Heróis, que homenageia os que morreram na guerra dos anos 1970, no sul da África, contra o Governo de minoria branca.

Mnangagwa deveria ter tomado posse no domingo, mas a cerimónia de juramento foi adiada por causa do recurso sobre os resultados eleitorais, apresentado ao Tribunal Constitucional, pelo principal partido da oposição, Movimento para a Mudança Democrática (MDM).

A votação de 30 de julho foi, na sua maioria, pacífica e muitos esperavam que isso fosse sinónimo de uma nova era no Zimbábue, mas a capital foi abalada por protestos pós-eleitorais, durante os quais os militares abriram fogo sobre a população, matando seis pessoas.

Mnangagwa culpou a oposição pelas mortes, dizendo que eles incitaram à violência mas, no entanto, pediu uma reconciliação.

“Nunca devemos ser dissuadidos por contratempos temporários ou eventos lamentáveis que encontremos no nosso percurso para construir um Zimbabué aberto, livre e democrático”, disse Mnangagwa, que foi aplaudido pelos seus apoiantes.

“O tempo para a política acabou. Vamos, portanto, marchar em paz, harmonia e amor”, afirmou o novo líder zimbabueano, ex-vice-presidente e apoiante de longa data do antigo Presidente Robert Mugabe, que renunciou em novembro passado após pressão militar.

A Comissão Eleitoral do Zimbabué disse que Mnangagwa e o partido União Nacional Africana do Zimbabué – Frente Patriótica (ZANU-PF, no poder) venceram nas urnas a primeira eleição presidencial do país sem Mugabe. Mnangagwa ganhou com 50,8 por cento dos votos, afirmou a comissão.

Mas em tribunal, os advogados da oposição alegaram “erros matemáticos grosseiros” na vitória de Mnangagwa, e pedem uma nova votação ou uma declaração de que o principal opositor, Nelson Chamisa, foi o vencedor.

No entanto, o partido de Mnangagwa, ZANU-PF, deverá contestar o recurso apresentado pela oposição.

Hoje, Mnangagwa afirmou que tais diferenças não devem resultar em violência.

“Nunca permitamos que as nossas diferenças nos separem, causem animosidade ou agravem a intolerância e a violência entre nós”, disse.

O Presidente sublinhou ainda: “Somos um só povo. É realmente hora de fecharmos as fileiras e de impulsionarmos coletivamente a nossa agenda nacional e forjar o nosso país a novas fronteiras de desenvolvimento económico.”

Desde a sua independência em 1980, o país só conheceu dois chefes de Estado, ambos do Zanu-PF: Mugabe e Mnangagwa, o seu antigo vice-presidente, de 73 anos, que obteve agora a legitimidade eleitoral.

Lusa

Partilhar
Publicado por
Lusa
Etiquetas: Zimbabué

Artigos relacionados

Ciberataques ao setor financeiro aumentaram 53% devido ao aumento dos serviços bancários online

O relatório Threat Landscape Report, da S21sec, garante que os atacantes adaptaram as suas técnicas…

há % dias

Números do Euromilhões de hoje: Chave de terça-feira, 30 de abril de 2024

Conheça os resultados do sorteio do Euromilhões. Veja os números do Euromilhões de 30 de…

há % dias

Pilates na Ortopedia

Joana Bento Rodrigues - Ortopedista /Membro da Direção da SPOT A modalidade de Pilates foi…

há % dias

Euro Dreams resultados: Chave do EuroDreams de segunda-feira

Euro Dreams Resultados Portugal: A mais recente chave do EuroDreams é revelada hoje. Conheça os…

há % dias

As 4 principais falhas éticas dos líderes que mais prejudicam os trabalhadores

A propósito do Dia do Trabalhador conheça os maiores erros de ética empresarial Quando os…

há % dias

30 de abril, termina a Guerra do Vietname, que durou 16 anos

A Guerra do Vietname terminou a 30 de abril de 1975. Hoje, recorda-se o mais…

há % dias