Economia

Centeno: “Enquanto presidente do Eurogrupo, recomendo a Portugal que mantenha o excelente trabalho”

Mário Centeno, o presidente do Eurogrupo, aproveitou um debate com os eurodeputados para elogiar o trabalho do ministro das Finanças de Portugal… ele mesmo. Afinal, está a fazer “um excelente trabalho”.

O auto-elogio surgiu após uma provocação de José Manuel Fernandes, eurodeputado eleito pelo PSD.

Em audição na comissão de Assuntos Económicos do Parlamento Europeu, Mário Centeno foi confrontado com as previsões da Comissão Europeia, que põem Portugal a crescer abaixo da média europeia.

José Manuel Fernandes questionou então Centeno: “O que é que o presidente do Eurogrupo recomenda ao Governo e ao ministro das Finanças de Portugal para inverter a situação?”

Podia responder Mário Centeno, o ministro das Finanças, ou Mário Centeno, na ‘versão Eurogrupo’. E foi este último quem se manifestou, num elogio ao primeiro.

“Enquanto presidente do Eurogrupo, eu recomendaria a todos os países da área do euro para manterem o excelente trabalho que tem sido feito em cada um desses países, no sentido de promover a estabilidade das contas públicas, a estabilidade do sistema financeiro e a melhoria da competitividade da área do euro”, respondeu.

Num instante, o Centeno do Eurogrupo trocou de lugar com o ministro das Finanças português, que apontou a convergência de Portugal ao nível da moeda única.

“Está a decorrer o mais prolongado período de crescimento da área do euro, de que todos os países estão a beneficiar, incluindo Portugal, que pela primeira vez neste processo converge com a área do euro em 2017”, frisou Centeno.

Houve ainda tempo para uma ligeira provocação, com o governante português a lembrar ao eurodeputado que “as previsões são o que são”.

Quer como presidente do Eurogrupo, quer como ministro das Finanças, Mário Centeno ficaria “muito contente se todos os países crescessem de forma tão robusta como parece que vai acontecer, incluindo Portugal”.

Entendendo que as declarações não respondiam à pergunta, José Manuel Fernandes voltou a formulá-la, mas teve a palavra cortada pelo presidente da comissão, que indicou a vez de outro eurodeputado questionar Mário Centeno.

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