O Presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, rejeitou antecipar as eleições, como exigido pela oposição, que o chefe de Estado qualificou publicamente como “grupo de golpistas”.
“Aqui, as regras são estabelecidas pela Constituição”, declarou Ortega, durante uma manifestação de apoiantes no sábado, em Manágua.
A oposição, apoiada pela Igreja Católica, que assegura uma mediação com o poder, defende a realização de eleições antecipadas em março de 2019 em vez de 2021.
“Não podemos mudar as regras de um dia para o outro só por uma ideia de um grupo de golpistas”, afirmou o ex-guerrilheiro, de 72 anos, que desde 30 de maio não surgia em público.
Na sexta-feira, a oposição nicaraguense marcou uma greve geral para 13 de julho, para exigir a saída de Daniel Ortega e o fim da violência naquele país, numa altura em que aumenta a contestação política.
“Anunciamos uma série de ações para dizer a Ortega e à sua mulher, Rosario Murillo, que partam”, declarou o líder estudantil Francisco Martinez em conferência de imprensa.
A greve geral de 24 horas será precedida, na véspera, de uma manifestação, estando ainda prevista uma caravana da oposição pelos principais bairros da capital, Manágua.
Desde 18 de abril que a Nicarágua é palco de manifestações e confrontos violentos que causaram mais de 230 mortos. Os manifestantes acusam Ortega e a mulher e vice-Presidente Rosario Murillo de terem instaurado uma ditadura.
Daniel Ortega está no poder desde 2007, após um primeiro mandato de 1979 a 1990.
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