Presidente da McLaren acusa Ferrari de viver “em negação”
Zak Brown acusou a Ferrari e o seu líder, Mattia Binotto de viverem “em negação” a propósito do teto orçamental para a Fórmula 1 na atual situação de crise provocada pelo Covid-19.
O CEO da McLaren afirma que a formação de Maranello se contradiz: “Não fazem sentido e não refletem sobre a realidade da situação”, que obriga as equipas mais pequenas a ‘apertarem o cinto’ se quiserem sobreviver.
Já se percebeu que a união de que a disciplina máxima do automobilismo precisava para enfrentar a situação atual, como se assistiu em Melbourne quando o Grande Prémio da Austrália foi cancelado, desapareceu rapidamente, mesmo que tenha sido interdito o desenvolvimento aerodinâmico até 2022 e a implementação dos novos regulamentos técnicos adiada por um ano.
Assim que se passou a temas mais sensíveis o discurso das maiores equipas da Fórmula 1 mudou, nomeadamente da Ferrari e da Red Bull, que não querem qualquer alteração do teto orçamental, contrariamente a formações do meio e de trás do pelotão, como a Renault e a McLaren, que pedem que se vá mais longe.
“O planeta atravessa uma das piores crises da sua existência, países inteiros e indústrias estão completamente paralisados. Não apressar a tentativa de encontrar uma solução é um erro grave. Significa viver na negação”, reitera Zak Brown.
Para o chefe da McLaren não há como negar a realidade: “Na hora atual, qualquer presidente, primeiro ministro ou CEO do mundo está certo de ter de enfrentar a crise e encontrar soluções na urgência. Levar tempo neste contexto é falhar na liderança”.
Não é a primeira vez que Brown mostra a sua inquietação pelas consequências da pandemia de coronavirus na F1, e cada vez o faz com mais veemência. “Se o desporto mantiver velhos hábitos vai enfrentar um grande perigo. É preciso pensar d maneira diferente, adiantar-se e viver na sua época. Isso nos permitiria não apenas sobreviver a esta crise mas sair dela fortalecidos”, defende o norte-americano.
Zak Brown acrescenta: “Sempre me bati serenamente, mas os argumentos que ouvi aqui e ali se contradizem, não fazem sentido e não refletem a realidade da situação. Falam-me de uma solução à boa maneira dos anos de 1970. De preservar o ADN da F1 e depois militam para haver carros cliente”.
Na ‘mira’ do homem que lidera a McLaren estão ideias como o regresso a motores de grandes cilindradas para manter um orçamento elevado, para depois sugerir que as equipas mais pequenas deixem de construir os seus próprios monolugares e passem a recebê-los das mais fortes.