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Presidente da Guiné Equatorial defende permanência do filho na política

O presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema, defendeu hoje que o seu filho e vice-presidente, condenado em França por lavagem de dinheiro, tem legitimidade para continuar na política, sem confirmar se será o seu sucessor.

Numa conferência com a imprensa internacional, realizada em Malabo, Obiang também não confirmou se voltará a apresentar-se como candidato a um novo mandato como presidente.

Questionado sobre se voltará a ser o candidato às eleições presidenciais previstas para 2022, Obiang respondeu que, “por enquanto”, não sabe quando serão as eleições, mas que será o partido que dirige, o Partido Democrático da Guiné Equatorial (PDGE), a determinar o candidato.

Obiang foi também questionado sobre as consequências da sentença da justiça francesa para o futuro político do seu filho, Teodoro Obiang Nguema Mangue, atual vice-presidente do país.

Em outubro, Teodorín, como é conhecido, foi condenado pela justiça francesa a três anos de prisão – pena que só terá de cumprir em caso de reincidência -, a uma multa de 30 milhões de euros e à apreensão dos bens que comprou em França, num processo por lavagem de dinheiro.

“Não tenho poder para dizer que o meu filho é meu sucessor”, disse ele, antes de descrever o processo contra Teodorín como “uma interferência francesa”, já que, segundo ele, a França não tem legitimidade para investigar na Guiné Equatorial.

Teodoro Obiang, que está no poder desde 1979, insistiu que “ser filho do presidente, não retira [a Teodorín] o direito a fazer política”, sublinhando que, antes de chegar à política, o vice-presidente da Guiné Equatorial já tinha negócios e empresas, sobretudo no setor florestal.

Obiang sublinhou que, apesar do julgamento do filho, mantém boas relações com Paris, mas considerou que estes processos por lavagem de dinheiro nada mais são do que “um pretexto para manchar” a imagem de países africanos, sublinhando que só têm afetado dirigentes de África e familiares, deixando de fora os grandes magnatas do Golfo Pérsico e da Europa Oriental, que também têm comprado grandes propriedades e outros bens em países europeus.

Sobre a investigação da alegada tentativa de golpe de Estado que enfrentou no final de dezembro, Obiang não quis adiantar mais pormenores, indicando apenas que já sabe “quem está por trás”, mas recusando-se a adiantar nomes.

Malabo tem considerado que essa ação foi planeada em França com o envolvimento de equato-guineenses da oposição, mas também de mercenários de vários países africanos e também de alguns franceses.

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