Fórmula 1

Presidente da FIA surpreendido com as críticas ao halo

Quanto mais não seja por razões estéticas, o halo protetor do cockpit, obrigatório na Fórmula 1 a partir desde ano, gerou uma controvérsia que o presidente de Federação Internacional do Automóvel (FIA) não compreende.

Jean Todt diz-se mesmo surpreendido com as críticas ao dispositivo por parte de alguns pilotos, que se queixaram do mesmo durante os recentes testes de pré-época. Um halo que foi tornado obrigatório por motivos de segurança, que é bastante visível mas que continua a não reunir consenso.

Entre os pilotos que manifestaram a sua aversão ao halo está Max Verstappen, que o apelidou de “feio”, enquanto outros alegaram dificuldades em entrar e sair do cockpit. O que mereceu agora uma resposta viva por parte do presidente da FIA numa conferência de imprensa em Londres.

“Certas pessoas têm a memória curta, pois foi um pedido vindo dos pilotos. A 16 de dezembro de 2015 recebi uma carta enviada por Jenson Button, Sebastian Vettel e Alex Wurz (diretores da Associação de Pilotos de Grande Prémio, GPDA) que nos pressionava a reforçar a proteção da cabeça dos pilotos. E nesse dia eu respondi. Estamos aqui e vamos escutar-vos”, lembrou Todt.

“Pedimos imediatamente ao nosso departamento técnico para tornar isto a sua prioridade. A 27 de julho de 2017 numa reunião os pilotos disseram; ‘Não sejam fracos, façam respeitar a nossa vontade em matéria de segurança. E nós levamos isso em conta. Tenho que ficar surpreendido. Adoro a F1 mas detesto este lado da F1. Certas pessoas não mantêm a palavra. Aos meus olhos trata-se da coisa mais importante da vida: a confiança, a lealdade, o respeito do que se decidiu e levou a cabo. Alguns esqueceram-se”, reiterou o presidente da FIA.

Mas os pilotos não foram os únicos a fazer um julgamento negativo ao halo. Toto Wolff, o ‘patrão’ da equipa Mercedes, também disse que era preciso fazer com o dispositivo não descaracterizasse a F1. Mas neste caso Jean Todt foi mais brando: “Não vou reagir ao que foi dito. É um jogo pueril. Penso que está desenquadrado, seja quem for, criticar publicamente um sistema novo. É sempre possível criticar de forma construtiva sem o fazer em público, pois é algo que não engrandece este desporto. Não vejo interesse nisso”.

“Estou farto de ouvir certas pessoas dizerem que o automobilismo deve ser perigoso, e se um acidente mortal se der isso faz parte dos riscos. Se tais tragédias são evitáveis não devemos proteger a vida dos pilotos? O ser humano é reticente à mudança por natureza, mas como reagiriamos todos se a um drama se o halo pudesse impedir que acontecesse quando nos recusamos à sua introdução?”, questiona o presidente da Federação Internacional do Automóvel.

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