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Presidente chinês promete medidas para apoiar setor privado

O Presidente chinês, Xi Jinping, prometeu medidas para apoiar o desenvolvimento do setor privado no país, incluindo redução da carga fiscal ou facilitação no acesso ao crédito, informou hoje a imprensa estatal.

Xi teve na quinta-feira um raro encontro com representantes das maiores firmas privadas chinesas, incluindo os gigantes da Internet Baidu e Tencent. Na reunião estiveram ainda presentes os vice-primeiros ministros chineses Han Zheng e Liu He.

“Estou hoje aqui para vos dar confiança”, assegurou o líder chinês. “Nos últimos quarenta anos, o setor privado converteu-se numa força indispensável do desenvolvimento da China”, disse.

Citado pela imprensa estatal, Xi Jinping prometeu reduzir a carga fiscal e dar isenções às empresas novas e pequenas, facilitar o financiamento, eliminar restrições no acesso ao mercado, promover a relação entre o Governo e as empresas e proteger a segurança e propriedade dos empreendedores.

Apesar de as empresas privadas chinesas partilharem do mesmo estatuto legal das firmas estatais, na prática, as segundas têm mais apoio dos bancos, dominados pelo Estado, e gozam de tratamento preferencial por parte das autoridades.

As palavras de Xi surgem numa altura de abrandamento da economia chinesa e de renovadas tensões com os Estados Unidos, em torno de disputas comerciais. Também a Europa se queixa frequentemente dos obstáculos no acesso ao mercado chinês, e tratamento desigual, face às firmas estatais.

Xi apelou ainda a maior confiança na economia chinesa, assegurando que conta com grande capacidade de recuperação e potencial.

No terceiro trimestre do ano, o crescimento da economia chinesa abrandou para 6,5 por cento, em termos homólogos, o ritmo mais lento desde o primeiro trimestre de 2009, segundo dados publicados na semana passada.

O investimento em ativos fixos, motor fundamental do crescimento, abrandou para 5,4 por cento, nos primeiros nove meses do ano, face ao mesmo período do ano passado.

Historicamente, o Partido Comunista Chinês teve uma postura hostil para com o setor privado, devido a posições ideológicas anti-capitalismo.

Após a fundação da República Popular, em 1949, o Governo apoderou-se do setor privado, num processo designado de “transformação socialista”.

Durante a Revolução Cultural (1966-76), radical campanha política de massas, os bens privados foram confiscados pelas autoridades e os donos de negócios purgados.

Nos anos 1980, a política de Reforma e Abertura, adotada pelo líder chinês Deng Xiaoping, impulsionou o setor privado, que hoje contribui para mais de metade da receita tributária do país, 60 por cento do Produto Interno Bruto ou 80 por cento dos postos de trabalho nas cidades, segundo dados oficiais.

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