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Presidente angolano quer ajudas às vítimas das secas bem geridas e distribuídas

O Presidente angolano pediu hoje, em Luanda, rigor na gestão e distribuição das ajudas às mais de 1,3 milhões de vítimas da seca no sul de Angola, para que, por exemplo, moto-cisternas não sejam desviadas para fazendas particulares.

João Lourenço falava na reunião com a Comissão Nacional de Proteção Civil, na qual foi apresentado o relatório da distribuição 7.200 toneladas de bens diversos, realizada entre janeiro e setembro deste ano, no âmbito do Programa de Emergência de Combate às Vítimas da Seca no Sul do País.

Em declarações à comunicação social, o ministro da Administração do Território e Reforma do Estado, Adão de Almeida, disse que para as províncias do Cunene, Namibe, Cuando Cubango e Huíla, regiões que registam uma seca severa, foram disponibilizados 23,8 milhões de kwanzas (43,1 milhões de euros).

“Em geral nestas quatro províncias foram afetadas cerca de 280 mil famílias e aproximadamente 1.300.000 cidadãos, que ao longo desses últimos meses têm sido objeto de ações com vista à mitigação dos efeitos severos que essa situação da seca provocou”, referiu.

Adão de Almeida disse que a província do Cunene é a mais afetada e a que mais atenção tem merecido, no âmbito do plano de emergência.

“Esse plano definiu um conjunto de áreas principais de intervenção, nomeadamente o apoio alimentar, através da qual, as várias estruturas, quer as provinciais, quer as centrais e através do sistema nacional de proteção civil têm prestado apoio alimentar às diferentes localidades e populações, num esforço bastante exigente, para que se consiga mitigar as dificuldades que essas populações vivem”, disse.

O governante angolano sublinhou que está aprovado um pacote que ronda os cerca de 23 mil milhões de kwanzas, tendo já parte substancial sido executada, havendo ainda uma parte remanescente para operações que decorrem nesta altura.

Segundo o ministro, ainda este mês o executivo angolano vai lançar projetos para a construção de barragens de captação de água do rio Cunene até à cidade de Ondjiva, com vista a resolver a questão do abastecimento de água a médio e longo prazo.

O relatório refere que entre as mais de 28 mil famílias afetadas, 301 sofrem de desnutrição.

A seca, além das pessoas, afetou também a atividade pastorícia, estando registada a morte de 10.982 cabeças de gado, no total de 1,2 milhões existentes, além da destruição de 52.119 campos agrícolas nas quatro províncias.

Durante este período, avança o relatório, também houve ações de solidariedade por parte da sociedade civil, com a arrecadação de 300 toneladas de bens diversos, e organizações internacionais, nomeadamente o Banco Mundial, o Fundo das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), que apoiaram financeiramente.

O relatório chama a atenção para a necessidade de se priorizar ações de recuperação das vias de acesso às localidades mais afetadas nas províncias do Cuando Cubango e Cunene.

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