Preços das telecomunicações aumentam mais em Portugal do que na União
Na União Europeia, há um país onde as telecomunicações aumentam bem mais do que a média comunitária: Portugal. De acordo com um relatório da Anacom, citado pelo Público, o diferencial de preços tem vindo a agravar-se há cinco anos, embora as empresas aleguem “queda de receitas”.
Segundo o documento, há já cinco anos consecutivos que os preços dos serviços de voz, internet e televisão sobem mais em Portugal do que entre os 28, ou melhor, 24: Reino Unido, Irlanda, Suécia e Dinamarca não contam para esta análise por falta de dados comparativos.
A tendência, que já vem desde março de 2011, mostrou ainda que as telecomunicações foram, entre 43 serviços e produtos que servem para monitorizar a evolução dos preços, o sexto com o maior agravamento de preços.
Em março, com base nos dados do Instituto Nacional de Estatística, os preços subiram 2,78 por cento em termos homólogos.
No entanto, recuando até janeiro, quando entrou em vigor a atualização anual dos preços, as telecomunicações em Portugal sofreram um agravamento de 4,23 por cento: são 3,64 por cento acima da inflação.
Foi o maior diferencial para a inflação registado nesta década, alertou a Anacom, e o prolongar de uma tendência que vem desde janeiro de 2014, ou seja, os preços das telecomunicações aumentam muito mais do que a inflação.
As empresas defendem-se alegando que o valor intrínseco dos serviços prestados “tem aumentado constantemente”, como a velocidade do acesso à internet, as quantidades de tráfego e o número de canais de televisão, frisou uma fonte da Apritel (a associação das empresas de telecomunicações) citada pelo Público.
Ainda segundo a Apritel, os prestadores dos serviços têm vindo a registar “quedas sucessivas de receitas” nos últimos anos.
