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“Precisamos de uma comunicação que não infantilize as pessoas”, diz ex-ministro da Saúde

Luís Filipe Pereira, que foi ministro da Saúde em dois Governos, criticou as “mensagens contraditórias” que tornam mais difícil a “perceção do risco” da covid-19.

À saída da audiência com o Presidente da República, que continua a ouvir especialistas de saúde, em Belém, o ex-governante salientou que as “políticas públicas” adotadas para combater a pandemia “condicionam” o comportamento individual.

“Damos exemplos que são contraditórios”, apontou.

“Impomos que nos restaurantes não haja mais do que cinco pessoas, mas permitimos que haja grandes espectáculos ou grandes aglomerações”, exemplificou Luís Filipe Pereira.

O ex-ministro insistiu que é preciso “pôr as pessoas do lado da solução e não do problema”, pelo que o Governo tem de definir uma “política de comunicação que a população entenda, que não infantilize as pessoas”

“A responsabilidade individual é absolutamente decisiva, mas as políticas públicas também são. A ação do Governo é fundamental porque pode montar pela informação o comportamento das pessoas. Ter uma atitude de que somos pessoas que se portam mal é uma leitura simplificada e que não é correta”, sustentou.

Na opinião do ex-ministro, “tudo aponta” para que o combate à pandemia nesta fase de outono-inverno tenha sido mal preparada no verão.

“Não se vê que tenha havido um plano global, coerente, completo, que globalizasse novos recursos. Precisamos de uma atuação ainda mais exigente do que aquela que tivemos de adotar em março e abril”, finalizou Luís Filipe Pereira.

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