Pré-reformado, Jardim pede “uma revolução tranquila” em Portugal

O ainda presidente da Madeira comentou a “fantochada” das eleições para o cargo que agora deixa, devido à polémica maioria absoluta conquistada, retirada e confirmada do PSD. Segundo Alberto João Jardim, o que Portugal precisa é de uma “revolução tranquila”.

Como é que o ainda presidente do Governo regional da Madeira viu o recente processo eleitoral, com o PSD a conquistar a maioria absoluta, depois a perdê-la numa recontagem dos votos e, por fim, a reconquistá-la quando o Tribunal Constitucional (TC) indeferiu (terça-feira) os (cinco) recursos para nova recontagem?

“Tudo isto é uma fantochada”, comentou Alberto João Jardim, que formalmente ainda é o titular do cargo para o qual foi eleito o também social-democrata Miguel Albuquerque.

“Neste país toda a gente protesta mas tudo isto é uma fantochada e a Comissão Nacional de Eleições é uma peça de um sistema que está montado, este de raiz estalinista da Constituição de 76, e apesar dos discursos diferentes dos partidos, todos são do sistema”, criticou Jardim, citado pela Lusa.

“Os partidos, hoje, são peças decorativas enquanto não aparecer nada de novo”, acusou ainda o histórico político madeirense.

Na hora da saída, o presidente demissionário do Governo regional da Madeira, que hoje visitou alguns serviços do Hospital Dr. Nélio Mendonça, mandou uma ‘farpa’ ao lema da candidatura de Albuquerque e concluiu que, em Portugal, o que faz falta é “uma revolução tranquila”.

“Eu sempre fui o homem da revolução tranquila, não precisei de fazer nenhuma renovação. Fiz uma revolução em vez de uma renovação e fiz uma revolução tranquila. E vou continuar no caminho da revolução tranquila. É preciso haver uma revolução tranquila em Portugal”, frisou Alberto João Jardim.

Sobre a visita de hoje, o líder madeirense disse esperar que Manuel Brito, o novo secretário regional dos Assuntos Sociais, “corrija o erro” cometido quando dirigiu aquela unidade hospitalar e não melhorou as urgências: “É responsável pela situação em que a urgência está e espero que corrija o erro”.

No Hospital Dr. Nélio Mendonça foram realizadas várias obras de ampliação e remodelação, tendo sido criado um novo serviço de cirurgia de ambulatório, composto por um bloco operatório com quatro salas, sala de recobro com 19 camas e respectivas áreas de apoio.

A unidade de hemodiálise passou a dispor de mais 12 postos de tratamento, sala polivalente, recobro e área de apoio médico, enquanto a remodelação da urgência pediátrica, bem como o novo espaço de recepção do serviço de urgência foram ampliados, duplicando a sua capacidade de funcionamento.