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PR moçambicano em contacto com líder da Renamo para conter ataques no centro do país

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, afirmou hoje que está em contacto com Ossufo Momade, líder da Renamo, principal partido de oposição, visando conter os ataques no centro do país.

“Ainda esta manhã falei com o presidente da Renamo, por iniciativa dele, para vermos a situação do centro do país”, disse Filipe Nyusi na Escola do Partido Frelimo, um evento para celebrar a proclamação pelo Conselho Constitucional dos resultados das sextas eleições gerais, nas quais foi reeleito para um segundo mandato com 73 por cento dos votos.

Em causa estão os ataques que têm sido registados nas províncias de Manica e Sofala, nos dois principais corredores rodoviários do país, a EN1, que liga o Norte ao Sul do país, e a EN6, que liga o porto da cidade da Beira ao Zimbabué e restantes países do interior da África Austral.

As incursões, que já causaram pelo menos 11 mortos desde agosto deste ano, acontecem num reduto da Renamo e as autoridades moçambicanas tem acusado os guerrilheiros do partido que permanecem na região, apesar de oficialmente o principal partido de oposição afastar qualquer ligação aos ataques.

“Ele [o líder da Renamo] comprometeu-se também a trabalhar para compreender o que é isto e qual é a essência”, disse Filipe Nyusi.

No novo mandato que vai começar a 15 de janeiro, o chefe de Estado moçambicano garante que a “paz vai continuar a ser prioridade” e os responsáveis pelos ataques vão ser identificados

“Há casas queimadas em Manica e desconhecemos os responsáveis, mas vamos atrás para descobrir quem são essas pessoas”, acrescentou.

Apesar de rejeitar qualquer ligação, um grupo dissidente (considerado “desertor” pela Renamo) liderado por Mariano Nhongo permanece entrincheirado na região, reivindicando melhores condições de desmobilização, exigindo a renúncia do atual presidente do partido, Ossufo Momade, e ameaçando pegar em armas.

Além da reeleição de Filipe Nyusi para um segundo mandato, os resultados proclamados hoje pelo CC deram a maioria absoluta da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) nas três eleições em todos os círculos eleitorais – 11 no país, mais dois no estrangeiro (África e Resto do Mundo).

No parlamento, a Frelimo reforça a maioria e vai passar a ter mais de dois terços dos lugares, cabendo-lhe 184 dos 250 deputados, ou seja, 73,6 por cento dos lugares, restando 60 (24 por cento) para a Renamo e seis assentos (2,4 por cento) para o Movimento Democrático de Moçambique (MDM).

A Renamo, por sua fez, não aceita os resultados e anunciou hoje que vai convocar “manifestações à escala nacional” em repúdio, defendendo que o processo foi manchado por várias irregularidades.

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