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Portugueses votam mais nos líderes que nos partidos, sugere estudo

Segundo a politóloga Marina Costa Lobo, os portugueses são cada vez menos leais aos partidos e votam, geralmente, nos líderes partidários. Um fenómeno explicado essencialmente pela crise, mas que “sinaliza uma relação mais condicional entre eleitores e eleitos” que “não deve ser vista negativamente”.

Em declaraçõs ao jornal Público, a co-autora do artigo “Prime ministers in the age of austerity: an increase in the personalisation of voting behaviour” (“Primeiros ministros na era da austeridade: um aumento na personalização no comportamento de voto”), explicou que a crise está na base desta alteração de lealdade partidária, mas que não deve ser vista negativamente.

“Nos debates sobre o funcionamento das democracias hoje acredita-se que haja uma cada vez maior personalização do voto, (…) porque as campanhas eleitorais se centram cada vez mais em pessoas, em vez de programas, e porque os votantes são cada vez menos leais a um partido”, afirma Marina Costa Lobo.

De acordo com a académica do Instituo de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, esta alteração “sinaliza uma relação mais condicional entre eleitores eleitos, e não deve ser vista negativamente”. “A crise que vivemos deixou marcas no eleitorado que se tornou muito menos leal a qualquer um dos dois grandes partidos”, defendeu.

Nesse sentido, a politóloga alerta que, por isto, não há resultados nas legislativas que possam ser tidos como garantidos. “Tanto PS como PSD devem ponderar muito bem se os candidatos que apresentam são vistos como competentes para o cargo de primeiro-ministro, pois isso é determinante para o desfecho eleitoral nestes partidos”, disse.

 

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