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“Portugueses preferem viver um Marcelo coletivo. E dificilmente uma hérnia umbilical irá alterar esta realidade”

O resumo de 2017 nas redes sociais acaba de ser publicado. Foi o ano da euforia e da miséria, de um ministro de carácter “assassinado” tornado no “CR7 do Eurogrupo”, do lixo importado de Itália à saída da dívida portuguesa do rating do lixo. E muitas polémicas mais…

Miguel Somsen, coautor (com Hugo van der Ding) do livro ‘Resumo de 2017 para Todos – Fátima, futebol e outros festivais’, acaba de publicar no Facebook o resumo do que foi 2017 nas redes sociais.

Portugal pode já ter esquecido, mas este ano começou com a “vil tentativa de assassinato de carácter” de Mário Centeno, o ministro que meses mais tarde foi transformado no “CR7 do Eurogrupo”.

“Portugal é euforia no primeiro semestre e miséria no segundo semestre. O primeiro semestre atinge o apogeu a 13 de maio, quando o Papa visita Fátima, o Benfica ganha o tetracampeonato e Luísa e Salvador Sobral vencem pela primeira vez o festival da Eurovisão, deixando os portugueses a amar pelos dois. Portugal chora de alegria”.

“Depois disso, a miséria”.

“O Benfica passou do hino do tetra para a conversa da treta; André Ventura iniciou a caça ao voto e aos ciganos em Loures; desapareceu e reapareceu material de guerra em Tancos; e os incêndios de Pedrógão e 15 de outubro, o pior dia do ano, fizeram vítimas mortais e políticas como nunca se viu”.

“Portugal chorou de tristeza, enterrou os mortos, cuidou dos feridos e criou movimentos de solidariedade raros”, continuou o balanço feito por Somsen: “Até estalar o escândalo da Raríssimas em dezembro”.

E ainda se lembra da polémica com a importação do lixo italiano?

“Portugal começou 2017 a importar lixo de Itália e acabou o ano a ser retirado do lixo pelas agências de rating. Portugal foi apurado para o Mundial 2018 e a Itália seguiu para reciclagem”.

O ano de 2017 ficou também marcado pela “gastronomia”, com as polémicas envolvendo o chef Ljubomir Stanisic, o jantar da Websummit no Panteão Nacional, os preços do Made in Correeiros e a Padaria Portuguesa, dos pagamentos em “espírito de equipa” aos bolos-rei no lixo.

“O País virou-se contra instituições que ninguém sabe muito bem como funcionam, como o SIRESP, o vídeo-arbitro, os parquímetros da EMEL, o plágio do Tony Carreira, a Maria Vieira e o João Quadros”.

Foi também o ano de um acórdão judicial a ‘desculpar’ a violência doméstica com o adultério da mulher, do busto de Cristiano Ronaldo, de Carrilho e Bárbara Guimarães, das viagens de finalistas a Torremolinos…

A nível de óbitos, morreram em 2017 Mário Soares, Medina Carreira, Miguel Beleza, Américo Amorim, Belmiro de Azevedo “e grande parte da credibilidade política do PSD”.

“Em 2017, o filósofo Eduardo Lourenço afirmou: ‘Não podemos estar sempre a viver um Cristiano Ronaldo coletivo’. Deve ser por isso que os portugueses preferem hoje viver um Marcelo coletivo”.

“E dificilmente uma hérnia umbilical irá alterar esta realidade”, conclui este balanço do ano.

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