Economia

Portugueses preferem arrendar mais e tipologias menores

A transição para o arrendamento e a preferência por T1 e T2 marcam as novas dinâmicas do setor imobiliário em Portugal.

O Imovirtual, portal imobiliário de referência, apresenta a sua análise sobre as principais tendências do mercado imobiliário em 2024, destacando mudanças significativas na procura por arrendamento e compra, a evolução das preferências dos consumidores e os perfis mais ativos na procura de habitação.

O ano de 2024 registou um crescimento expressivo na procura por arrendamento, consolidando-se como uma tendência estrutural no mercado.

A procura por imóveis para arrendar aumentou ao longo do ano, passando de 28% em junho para 39% em novembro, o mês com maior procura nesta categoria.

Este aumento pode ser justificado por uma maior dificuldade no acesso ao crédito à habitação, devido às taxas de juro elevadas, mas também uma mudança no comportamento dos consumidores, que valorizam a flexibilidade.

Ainda assim, a procura por compra de casa manteve-se superior à do arrendamento, representando 61% do total de pesquisas.

Apartamentos registam aumento na procura

No que diz respeito ao tipo de imóveis mais procurados, os apartamentos registaram um aumento progressivo na procura, atingindo um pico de 53% em novembro.

Já as moradias, que chegaram a representar 42% da procura nos meses de verão, perderam alguma relevância no final do ano, estabilizando nos 30% em dezembro.

Este comportamento pode estar relacionado com a sazonalidade do mercado, onde os meses de verão tendem a impulsionar a procura por imóveis maiores e em zonas periféricas.

A crescente procura por terrenos, que atingiu o pico em agosto com 10%, sugere também um interesse crescente na construção própria como alternativa ao mercado tradicional.

A análise das tipologias mais procuradas indica que os imóveis de dimensões médias continuam a ser os mais desejados. Os T2 e T3 lideraram as pesquisas ao longo do ano, representando 36% e 35% da procura, respetivamente.

No entanto, nota-se um ligeiro aumento na procura por tipologias mais pequenas, nomeadamente os T0 e T1.

O T1, por exemplo, aumentou de 12% da procura em outubro para 16% em dezembro, um reflexo da crescente procura por soluções mais acessíveis e do impacto das novas medidas de apoio ao arrendamento jovem.

Do ponto de vista geográfico, Lisboa e Porto continuam a concentrar a maior fatia da procura imobiliária, mas outras regiões ganharam destaque em 2024.

Lisboa representou 27,5% da procura em novembro, seguida pelo Porto, com 23,1%, e Setúbal, que registou um pico de 12,8% em outubro.

A descentralização da procura é visível, com distritos como Braga e Aveiro a manterem percentagens significativas de interesse, demonstrando uma crescente valorização de outros mercados.

Evolução do mercado imobiliário em 2024

A evolução do mercado imobiliário em 2024 confirma um reposicionamento das preferências dos consumidores.

Há um aumento expressivo do interesse pelo arrendamento e uma maior valorização dos apartamentos e tipologias mais pequenas.

Por outro lado, nota-se uma distribuição mais equilibrada da procura por diferentes regiões.

Estas tendências refletem não só as condições económicas e financeiras, mas também uma mudança cultural no modo como os portugueses encaram a habitação.

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