Desporto

Portuguesas medalhadas na China tiveram de pagar o equipamento

Pais das ginastas portuguesas que conquistaram medalhas na China, onde decorreram os campeonatos do mundo de ginástica acrobática, pagaram deslocações, alojamento e até o equipamento. “Eu e a minha esposa tivemos de pagar o equipamento de que ela precisa para representar o país”, desabafa Miguel Ferreira, pai de Rita Ferreira, atleta que conquistou uma medalha de ouro, ao lado de Joana Moreira.

A saga das medalhas das atletas portuguesas, na China, continua. Depois do bronze de Beatriz Carneiro e Bruna Gonçalves, os atletas do Acro Clube da Maia trouxeram mais distinções: o par feminino composto por Rita Ferreira e Joana Moreira garantiu o ouro, na categoria 12 -18 anos, erguendo a bandeira lusa, com o hino a tocar na China.

Mas houve mais ginastas do Acro Clube da Maia com medalhas. A quadra masculina do mesmo escalão (composta por Henrique Silva, João Pereira, Henrique Piqueiro e Miguel Silva) trouxe outra de bronze.

A participação portuguesa nestes campeonatos do mundo de ginástica acrobática fica marcada pela excelente participação portuguesa, mas também pela falta de apoios aos atletas.

Os familiares tiveram de pagar metade das despesas, sendo que a Lipor e a Câmara Municipal da Maia reuniram verbas para suportar a outra metade.

“Eu e a minha esposa tivemos de pagar o equipamento de que ela precisa para representar o país. Ou seja, para que nós, portugueses, possamos ver içar a nossa bandeira e ouvir o nosso hino, temos de pagar. Isto é um sinal que não se pode dar aos jovens”, conta à TVI Miguel Ferreira, pai de Rita Ferreira, atleta que conquistou uma medalha de ouro.

Outro pai teve de contrair um empréstimo para que a sua filha pudesse participar no evento.

“Eu não ponderei se ela ia, ou não ia. Ela iria, nem que eu tivesse de vender um rim. Ela tinha de ir… Teve de se arranjar o dinheiro”, afirma Tiago Carneiro, pai de Beatriz Carneiro (atleta que ao lado de Bruna Gonçalves assegurou o bronze).

O presidente da Câmara da Maia, Bragança Fernandes, teceu críticas ao modo como os atletas das modalidades amadoras são tratados.

“Enquanto no futebol a Federação paga tudo, no desporto amador uma Federação não paga nada. Tivemos de subsidiar em 50 por cento”, revela o autarca, que esteve também presente na receção aos atletas, nesta quinta-feira, no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto.

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