A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa tem, desde hoje, um membro que não utiliza o português como língua oficial e onde vigora a pena de morte. A entrada da Guiné Equatorial não foi votada, mas aceite por consenso, segundo fontes portuguesas e brasileiras.
A sessão restrita da X Cimeira da CPLP, a decorrer em Díli, Timor-Leste, aceitou a entrada da Guiné Equatorial como membro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), fundada para promover a lusofonia e o respeito pelos direitos humanos.
Como lembrou o Presidente Cavaco Silva (por fontes que a Lusa não identifica, citando apenas como fazendo parte das delegações de Portugal e do Brasil), os princípios fundadores da CPLP incluem o respeito pelos direitos humanos e o uso do português como língua oficial.
Houve um “debate intenso” porque a Guiné Equatorial não cumpre estes princípios fundadores (ainda vigora a pena de morte e o castelhano é a língua mais falada), mas não houve objeções à adesão.
Também não terá havido votação: “houve um consenso generalizado” à entrada do país africano, baseado na convicção de Teodoro Obiang Nguema, o Presidente guineense, vai explicar como pretende cumprir as condições de adesão.
“As pessoas discutem, colocam os seus problemas, as suas visões”, justificou uma das fontes consultadas pela Lusa.
Assim, os membros da CPLP “decidiram incorporar” a Guiné Equatorial por ser essa a “opinião geral” dos restantes países.
Refira-se ainda que Nguema, quando entrou na sala da conferência, foi aplaudido pelos restantes participantes.
A cimeira marca ainda a transmissão da presidência da CPLP, que será entregue por Moçambique a Timor Leste por um período de dois anos.