Economia

Portugal vai precisar de 20 anos para recuperar níveis de desemprego anteriores a 2008

Os dados mais recentes do FMI não são nada animadores para Portugal e Itália. Segundo o relatório anual sobre a zona euro, estes dois países vão precisar de duas décadas para recuperar os níveis de desemprego que tinham antes da crise.

Estes números não são nada animadores, tendo em conta a conjuntura e o facto de estarmos a ‘exportar’ cada vez mais mão-de-obra qualificada. O atual executivo, liderado por Passos Coelho, refere uma baixa no número de desempregados, mas estes dados, agora revelados pelo FMI levantam um véu até agora escondido.

Comparativamente com outros países da zona euro e que sofreram a crise, à semelhança de Portugal, Espanha, por exemplo, levará metade do tempo a recuperar os níveis de desemprego anteriores a 2008, refere o relatório.

Os dados mais animadores vão para a França. O relatório indica que a França vai levar cerca de 5 anos a estabilizar os níveis do desemprego para a percentagem de pré-crise, antes de 2008.

Este relatório indica que Portugal e Itália terão, no futuro próximo, de ter um crescimento significativo, caso contrário, serão precisas duas décadas para que os níveis do desemprego baixem e se situem nos níveis anteriores à crise.

Atualmente, Portugal tem uma taxa de desemprego na ordem dos 13,7 por cento, segundo dados do INE, quando em 2008 essa taxa andava na casa dos 7,6 por cento. De lembrar que nessa altura, esta taxa de desemprego já não era desejada, sendo uma das ‘bandeiras’ do então primeiro-ministro, José Sócrates, baixar essa taxa, algo que nunca foi conseguido. Agora está quase no dobro.

O lado mais preocupante deste relatório diz respeito ao desemprego jovem e de longa duração, que permanecem em níveis demasiado elevados. Os dados indicam que isto pode criar uma “geração perdida”, resultante da “deterioração do potencial capital humano”, causado pela elevada taxa de desemprego jovem.

Na sequência destes dados e da conjuntura o FMI prevê um crescimento para a zona euro tímido e algo limitado.

 

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