Portugal vai endividar-se ainda mais. “Não há outro remédio”, diz Marcelo
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou que a pandemia de covid-19 vai obrigar Portugal a endividar-se ainda mais.
“Quando não há outro remédio, tem de ser”, disse o chefe de Estado, fazendo as contas ao impacto da pandemia e referindo a bazuca de fundos europeus.
“A pandemia toda vai custar (e provavelmente não se sabe se não custa mais) tanto quanto o valor da bazuca, tirando o quadro financeiro multianual. Portanto, a bazuca bazuca, correspondente ao Plano de Recuperação e Resiliência, vai valer 15 mil milhões, 16 mil milhões, que é, tudo somado, quando fizermos contas, um ano ou mais de um ano, um ano e meio de pandemia”, estimou Marcelo, em entrevista à Antena 1.
O novo confinamento, que vai agravar ainda mais a crise económica em Portugal, torna-se assim vital para impedir que essa mesma crise se prolongue a par da pandemia.
“Se a pandemia se agrava ao ritmo a que se estava a agravar, isto quer dizer prolongar a pandemia. Prolongar a pandemia significa prolongar a crise, mais xis meses de pandemia são mais xis meses de crise profunda. Portanto, as pessoas têm de ver, mesmo do ponto de vista da economia e da sociedade, o não tentar conter e travar e inverter a tendência significa termos o primeiro trimestre perdido, entrava-se no segundo trimestre numa situação desgraçada, e o que isso significaria em metade do ano para a economia e para a sociedade”, explicou.
O tecido empresarial continua a desesperar pela chegada do ‘dinheiro real’ da bazuca europeia, que “há-de chegar”, prometeu o Presidente, lembrando que “há uma parte do financiamento europeu que é para a saúde”.
Na mesma entrevista, Marcelo Rebelo de Sousa voltou a pedir aos agentes políticos para não provocarem eleições legislativas antecipadas.
“É uma insensatez juntar uma crise política a uma crise pandémica”, advertiu o chefe de Estado.