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Portugal tem das mais baixas taxas de mortalidade do mundo em crianças até aos cinco anos – Relatório

Portugal continua a ter das mais baixas taxas de mortalidade de crianças até aos cinco anos, com três mortes em cada mil nascimentos em 2017, contra 12 em 1990, segundo estimativas da OMS e da UNICEF hoje divulgadas.

Os dados fazem parte das novas estimativas para a mortalidade infantil e materna do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e da Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgadas hoje e que revelam que cada vez sobrevivem mais mulheres e recém-nascidos, mas ainda morrem no mundo uma grávida ou um recém-nascido a cada 11 segundos, a maioria por causas evitáveis.

Segundo o relatório Níveis e Tendências na Mortalidade Infantil 2018, Portugal registava, em 1990, 12 mortes de crianças menores de cinco, número que caiu para as três mortes em 2017, o que coloca Portugal entre os 30 países do mundo com melhores taxa de mortalidade neste indicador, num total de 172 países analisados.

O Japão e a Islândia são os países que apresentam a mais baixa taxa de mortalidade, com cinco crianças mortas antes dos cinco anos por mil nascimentos, seguidos da Finlândia, do Mónaco e da Suécia, com seis óbitos de menores de cinco anos por mil nascimentos.

Do lado oposto, encontram-se a Libéria com 174 mortes de menores de cinco anos por mil nascimentos, Moçambique (159) e Serra Leoa (155), adiantam os dados hoje divulgados.

A taxa de mortalidade neonatal em Portugal também registou uma descida, passando de sete mortos por cada mil nados-vivos em 1990 para dois mortos por cada mil nados-vivos em 2017, número que coloca Portugal entre os melhores países do mundo neste indicador.

O Japão, a Estónia, Andorra, Islândia, Eslovénia, Singapura e San Marino são os países que apresentam o melhor resultado neste indicador com um morto por cada mil nados-vivos em 2011 em oposição ao Paquistão com 44 mortos por cada mil nados-vivos.

Segundo o relatório, desde o ano 2000, a morte de crianças recém-nascidas desceu quase para metade, enquanto a das grávidas foi reduzida em mais de um terço, devido maioritariamente a melhoras no acesso a serviços de saúde de qualidade a preços acessíveis.

As estimativas revelam que 6,2 milhões crianças menores de 15 anos morreram em 2018 e mais de 290.000 mulheres morreram devido a complicações durante a gravidez e ou durante o parto em 2017.

Do total das crianças mortas, 5,3 milhões morreram nos primeiros cinco anos de vida, sendo que quase metade destas faleceram no primeiro mês de vida.

As mulheres e os bebés estão “mais vulneráveis” durante e imediatamente após o parto, estimando-se que 2,8 milhões de grávidas e recém-nascidos tenham morrido no mundo em 2018, ou seja uma morte em cada 11 cada segundo, a maioria por causas evitáveis, referem as novas estimativas.

“Em todo o mundo, o nascimento de uma criança é motivo de celebração. No entanto, a cada 11 segundos, o nascimento de uma criança é uma tragédia familiar”, comentou a diretora executiva da UNICEF, Henrietta Fore.

A responsável da UNICEF salientou que “um par de mãos especializado” pode fazer a diferença entre a vida e a morte, nomeadamente a ajudar as mães durante a gravidez e parto, água limpa, nutrição adequada ou vacinas básicas.

De acordo com o estudo, uma em cada 137 mulheres na África Subsaariana correm o risco de morrer, enquanto na Europa, a estatística indica uma em cada 6.500.

A África Subsaariana e o Sudeste Asiático representam cerca de 80 por cento das mortes de grávidas e de crianças.

Apesar de tudo, lê-se no documento, registaram-se “progressos substanciais” na redução da morte de mulheres grávidas, de recém-nascidos e de crianças até aos cinco anos.

Desde 1990, houve uma redução de 56 por cento nas mortes de crianças menores de 15 anos, passando de 14,2 milhões para 6,2 milhões em 2018.

Os países do leste e sul da Ásia registaram os maiores avanços na questão, tendo reduzido quase 80 por cento das mortes de crianças com menos de cinco anos.

De 2000 a 2017, realça o estudo, o rácio da mortalidade materna no mundo diminuiu 38 por cento, contando com o sul asiático, onde a redução atingiu os 60 por cento.

Timor-Leste, Bangladesh, Bielorrússia, Camboja, Cazaquistão, Malaui, Marrocos, Mongólia, Ruanda e Zâmbia são alguns dos países que mostraram “progressos substanciais” na redução da taxa de mortalidade materno-infantil.

Este sucesso, lê-se no estudo, deveu-se sobretudo a uma “vontade política” para melhorar o acesso aos serviços de saúde, com o investimento na área sanitária, introduzindo, entre outras, apoios gratuitos a grávidas e crianças com menos de cinco anos, bem como o desenvolvimento do planeamento familiar.

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