Economia

Portugal tem condições para “continuar a crescer e a convergir” com a Europa

O Ministério das Finanças considerou hoje, a propósito do crescimento do PIB de 2,1 por cento em 2018, que Portugal tem condições para “continuar a crescer e a convergir” com a Europa apesar da incerteza externa.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou hoje que o Produto Interno Bruto (PIB) português aumentou 2,1 por cento em 2018, menos 0,7 pontos percentuais do que o observado no ano anterior e abaixo da previsão do Governo de uma expansão de 2,3 por cento, o que justificou com o “contributo mais negativo da procura externa líquida”, com desaceleração das exportações de bens e serviços, e “contributo positivo menos intenso da procura interna”.

Já no quarto trimestre de 2018, o PIB, em termos homólogos, aumentou 1,7 por cento em volume (2,1 por cento no trimestre anterior) e, face ao terceiro trimestre, avançou 0,4 por cento (0,3 por cento no trimestre anterior).

Em comunicado após a divulgação destes dados, o Ministério das Finanças referiu que a economia portuguesa cresce há 21 trimestres consecutivos e que aumentou 0,3 pontos percentuais acima da zona euro, “convergindo com a zona euro em dois anos consecutivos”, o que diz que “acontece pela primeira vez nos últimos 20 anos”.

Sobre a procura externa, as finanças dizem que foi penalizada pelo “contexto de maior incerteza geopolítica”, o que teve “impacto no menor crescimento das maiores economias da Europa”, mas vincam que as “exportações, mesmo assim, cresceram 5,3 por cento, em termos nominais”.

O gabinete liderado por Mário Centeno disse ainda que o crescimento do PIB é acompanhado por aumento do emprego e redução do desemprego, referindo a criação de 110 mil empregos em 2018 e menos 73 mil desempregados face a dezembro de 2017

O Governo considera que a economia portuguesa tem “bases sólidas para continuar a crescer e a convergir com a Europa no futuro”, mesmo num ambiente económico externo de dificuldade.

“O crescimento expressivo do investimento ao longo dos últimos anos, a estabilização do setor financeiro, o reequilíbrio das contas externas e os progressos alcançados na consolidação estrutural das contas públicas constituem pilares sólidos para o crescimento económico nos próximos anos”, refere o comunicado.

Também hoje o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, falou sobre os dados do crescimento da economia em 2018, atribuindo à greve dos estivadores o aumento do PIB de 2,1 por cento, abaixo da meta inscrita no Orçamento, de 2,3 por cento.

“É possível que uma parte da explicação esteja no comportamento das exportações no final do ano, devido à greve dos estivadores no Porto de Setúbal que teve um impacto nos meses de novembro e dezembro” de 2018, afirmou o governante em conferência de imprensa em Lisboa.

A previsão do Governo de uma expansão de 2,3 por cento do PIB no conjunto de 2018 era mais otimista do que a previsão da Comissão Europeia, de 2,1 por cento, e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI), de 2,2 por cento.

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