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Portugal “em declínio” por chamar investimento angolano, diz Martin Schulz

passos-coelho5O “declínio” é o “futuro de Portugal”, segundo Martin Schulz, presidente do Parlamento Europeu. O alemão criticou a visita de Passos Coelho a Luanda, na procura de investimento angolano. Martin Schulz confessa que recortou o artigo do jornal Neue Zürcher Zeitung, onde tomou conhecimento da deslocação do primeiro-ministro português a Angola. O alemão vê um “perigo social” nesta opção de Passos Coelho.

Depois do ‘ataque’ de Merkel, que criticou os investimentos na Madeira, mais um alemão dispara em direção a Portugal: Martin Schulz. O recém-eleito líder do Parlamento Europeu não compreende a visita de Passos Coelho a Angola, à procura de investimento em Portugal, “só porque Angola tem muito dinheiro”.

Martin Schulz – cujas declarações foram proferidas a 1 de fevereiro, em Bruxelas, e recuperadas pelo jornal Público –, o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho traçou “o futuro de Portugal: o declínio”.

Passos Coelho visitara Angola em novembro, assumindo que procurava oportunidades para chamar investimento angolano em Portugal. Passos refere que Angola é “uma excelente oportunidade” se o capital for “bem investido em Portugal”.

Segundo Martin Schulz, procurar países que não integram a União Europeia (UE) só porque “têm muito dinheiro”, para que estes ajudem a recuperação económica de países em dificuldade, como Portugal, é errado e acarreta um “perigo social”, porque coloca em xeque a estabilidade da UE.

A visita de Passos Coelho a Angola foi, para Schulz, “um mau exemplo” do caminho que se deve trilhar para proceder à recuperação económica de qualquer país que partilha o projeto europeu, como é o caso de Portugal.

“Recentemente li um artigo no jornal Neue Zürcher Zeitung. Até recortei o artigo e guardei-o. O primeiro-ministro de Portugal deslocou-se a Luanda. Passos Coelho apelou ao Governo de Angola que invista mais em Portugal, porque Angola tem muito dinheiro. Esse é o futuro de Portugal: o declínio”, afirmou Martin Schulz, declarações que o Público divulga na edição de hoje.

Martin Schulz vislumbra, por outro lado, um “um perigo social”, na medida em que é necessário que o primeiro-ministro de qualquer país compreenda que, “economicamente, com a nossa estabilidade, só teremos hipótese no quadro da União Europeia”.

Estas palavras surgem um dia depois de outro alemão (a chanceler Angela Merkel) ter criticado a aplicação de fundos estruturais na Madeira. Merkel foi fustigada por críticas portuguesas, o que sucede agora com Martin Schulz.

Em declarações à Antena 1, o eurodeputado social-democrata, Paulo Rangel, afirma que as palavras de Martin Schulz “não se compreendem” e estarão relacionadas com “o clima de desconfiança” que se vive no seio da Europa.

Rangel defende ainda o reforço das relações comerciais entre países que partilham a Língua, independentemente da sua localização geográfica e do facto de partilharem o projeto europeu. Nesse sentido, o presidente do Parlamento Europeu “não tem razão” e faz tábua rasa dos benefícios para a UE, ao chamar investimento angolano para países como Portugal.

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