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Portugal pode colmatar “necessidades” da investigação científica em Angola – Governo

O secretário de Estado do Ambiente de Angola afirmou hoje que, apesar das “grandes” dificuldades em desenvolver a investigação científica no país, algumas “necessidades” podem vir a ser “suprimidas” através de parcerias com instituições portuguesas.

“O Ministério do Ambiente deu conta de que temos quatro grandes áreas para desenvolver; estamos a falar da área da diversidade, da adaptação às alterações climáticas, da fiscalização e da implementação de novas tecnologias. E, juntamente com a visão que temos da gestão sustentável desses recursos, demos conta que nos falta algo, que já começámos, mas que temos grandes dificuldades em implementar que é a investigação científica”, apontou hoje Joaquim Lourenço Manuel.

O secretário de Estado do Ambiente, que falava durante a Conferência Internacional do Parque, iniciativa que arrancou esta terça-feira e prossegue hoje na Fundação de Serralves, no Porto, afirmou que a tutela tem como objetivo “suprimir as necessidades” relativas à investigação, e que por isso, juntamente com o Ministério do Ensino Superior de Angola, estão a criar “novas parcerias” nacionais e internacionais.

“A questão da investigação em Angola está a ter um outro paradigma, uma nova exigência”, frisou, acrescentando que este novo contexto exige a “criação de capacidades” e a formação dos futuros investigadores.

“Temos muito pouca oferta formativa, daí a nossa necessidade em ter parcerias com a Universidade do Porto para a formação de vários especialistas. Por outro lado, vemos também que as instituições portuguesas nos podem ajudar a desenvolver mais investigação, para a qual Angola ainda não tem capacidade”, disse.

Segundo Joaquim Lourenço Manuel, um dos grandes focos do Governo de Luanda tem vindo a ser o desenvolvimento de uma “agricultura de conservação”, prevendo juntamente com o Ministério da Agricultura de Angola criar “uma cultura de água doce” de modo a diminuir a pressão nas lagoas e no mar e incentivar a criação de “florestas energéticas” para diminuir a pressão sobre as florestas nativas.

“Necessitamos de um espectro muito amplo de investigação, com um grande objetivo, a gestão sustentável dos recursos da biodiversidade”, realçou o secretário de Estado angolano, avançando que as sinergias com Portugal, um “parceiro confiável e antigo”, podem ajudar nesse sentido.

Durante a sessão, Joaquim Lourenço Manuel revelou ainda que no decorrer deste ano vai ser estabelecida uma parceria com o Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO-InBIO) da Universidade do Porto, que visa a construção de um laboratório científico no Instituto Nacional da Biodiversidade e Áreas de Conservação (INBAC).

“Gostaríamos de continuar com esta parceria entre países, o CIBIO-InBIO vai ser uma das primeiras instituições, mas não vai ser a última”, concluiu.

O segundo dia da Conferência Internacional do Parque, uma iniciativa que visa trazer a debate os desafios relacionados com a conservação da biodiversidade da África Austral e o seu desenvolvimento sustentável, ficou também marcado pelo lançamento da Cátedra UNESCO Life on Land, que tem como objetivo a proteção ambiental e preservação de recursos em África.

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