O preço da intervenção da troika em Portugal, para o Conselho Económico e Social (CES), é a perda de 428 mil postos de trabalho, até 2013. O Orçamento de Estado é considerado “irrealista”, no que diz respeito à contração do Produto Interno Bruto.
Em apenas cinco anos (2008 e 2013), realça o Conselho Económico e Social, Portugal vai perder 650 mil empregos, sendo que 428 mil ocorrem durante a vigência do programa de ajustamento, no âmbito do memorando rubricado com a troika.
“No final do terceiro ano do programa de ajustamento, Portugal terá menos 428 mil empregos do que no início”, realça o conselho, citado pela agência Lusa.
No documento assinado pelo conselheiro Rui Leão Martinho, bastonário da Ordem dos Economistas, pode ler-se: “Se atendermos a que o nível de emprego era de 5,198 milhões em 2008, prevemos que em 2013 terão sido suprimidos 647,7 mil empregos”.
Numa análise ao Orçamento de Estado, o Conselho Económico e Social destaca que o Governo está a “consagrar uma diminuição significativa do nível de proteção social e da despesa social”, além de que Portugal tem um “elevado número de desempregados sem prestações de desemprego, a diminuição do valor das prestações de desemprego e de doença”.
O CES faz, nesse sentido, um “alerta para as possíveis consequências, no plano político, decorrentes de situações de desamparo, miséria, incerteza, insegurança e intranquilidade que poderão contribuir de forma muito grave para situações de rotura social”.
O Conselho Económico e Social faz outras críticas ao Orçamento de Estado para 2013, considerando que a proposta do Governo tem “metas demasiado ambiciosas”, além de estar desajustado à realidade
O mais provável, para o CES, é Portugal ficar mais próximo do estado da Grécia, provocando “uma situação de incumprimento reiterado”. leia mais.