Isabel dos Santos acusou os “tribunais de Angola e de Portugal” de denegação de justiça e afirmou que as autoridades portuguesas aceitam as “mentiras” das autoridades angolanas “sem qualquer averiguação”.
Num comunicado emitido pela defesa, a empresária angolana, cujos bens foram arrestados, acusou a juíza Henrizilda do Nascimento, que tutela o processo, de “manipular” e “distorcer” factos.
“É dececionante não me ser permitida uma audiência em Tribunal para poder provar a minha inocência e estabelecer a verdade. Foi-me negada justiça nos tribunais de Angola e de Portugal”, acusou a filha do ex-Presidente de Angola.
“Esta denegação de justiça provém do tribunal angolano que rejeitou o meu embargo alegando este não ter sido apresentado dentro do prazo e decidindo que fui notificada ao ‘ler as notícias’nos jornais”, insistiu Isabel dos Santos, frisando que as acusações de que é alvo “não têm substância e baseiam-se em provas falsas e numa série de e-mails fabricados”.
E é neste ponto que a empresária aponta também o dedo à justiça portuguesa.
“Os tribunais angolanos deturparam os factos, manipularam o processo judicial e as autoridades portuguesas parecem prontas e dispostas a aceitar estas mentiras sem qualquer averiguação independente”, criticou.
De acordo com a defesa de Isabel dos Santos, “o Tribunal de Luanda está a violar a lei angolana e internacional ao recusar os embargos, manipulando os prazos, e ao recusar reconhecer as provas forjadas e fabricadas utilizadas para justificar a ordem de arresto”.
Alvo de um arresto preventivo a 23 de dezembro de 2019, Isabel dos Santos garantiu que só foi notificada do mesmo a 15 de abril deste ano. “Trata-se de um julgamento político, alimentado por um ciclo de mentiras e falsidades”, considerou a defesa da filha do ex-Presidente de Angola.
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