Continuam a soar os alertas devido à indefinição quanto ao futuro do grupo Espírito Santo. Os problemas não se limitam apenas ao banco, uma vez que as várias empresas da família têm ramificações em diversas áreas da economia.
Quem também está a pagar por essa indefinição é o próprio país, que assiste a uma subida das taxas de juro da dívida pública.
A tendência de subida está a ser registada em todos os países europeus, mas o caso português é que tem sido mais expressivo, aproximando-se dos máximos negociados em maio.
Na manhã de hoje, os juros da dívida a dez anos já ultrapassavam os quatro por cento. A subida de 24,6 pontos base foi muito superior aos 6,5 da dívida espanhola e aos 5,9 da dívida italiana para o mesmo prazo.
Os 25,9 pontos que aumentou ontem foram a maior subida intradiária desde 12 de julho do ano passado, na fase da demissão “irrevogável” de Paulo Portas.
Na dívida a dois anos, os juros aumentaram 23,8 pontos base (para 1,192 por cento), a maior subida desde 16 de Janeiro (58,2 pontos base). A cinco anos, aumentou 26 pontos base (para 2,721 por cento).
Portugal paga mais, a Alemanha paga menos: a diferença entre as taxas atingiu os 280,4 pontos base.
Os analistas, como Felix Herrmann (do DZ Bank), têm ligado este agravamento dos juros da dívida pública à indefinição sobre o grupo económico português: “as notícias sobre o Espírito Santo estão a causar alguma preocupação”.
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