A dívida portuguesa à troika, só em juros, já atinge os 9,7 mil milhões de euros. O preço a pagar em juros representa quase um quarto do total do valor do empréstimo: 40 mil milhões. Estes números significam que o Estado português vai receber 78 mil milhões, mas terá de pagar pouco mais de 97 mil milhões de euros.
O plano de resgate a Portugal terá um preço elevado, que representa, neste momento, um quarto do valor total do empréstimo. Por cada quatro euros que Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia emprestaram ao Estado, Portugal terá de pagar um euro.
Estes números à escala reduzida não expressam a dimensão do monstro da dívida portuguesa. Se olharmos ao total do valor já entregue pela troika a Portugal (40 mil milhões) e verificarmos que os juros desse valor atinem 9,7 mil milhões, percebemos que estamos perante uma taxa de juro na ordem dos 25 por cento.
O preço do dinheiro está demasiadamente elevado para um país que foi ‘ajudado’, num programa de assistência que provoca um aumento brutal da dívida do Estado. Num olhar ao valor total do empréstimo (78 mil milhões de euros), conclui-se que Portugal vai pagar 19 mil milhões só em juros. “Resgate” e “ajuda” são forças de expressão.
