Uma agência de rating classificou a economia portuguesa como “excessivamente endividada”, mas tal não significa que seja lixo. Para a ARC, ‘filha’ de uma agência portuguesa, Portugal tem uma classificação BBB-, avaliação que contrasta com o “lixo” atribuído pelos três gigantes do mercado.
Pela primeira vez nos últimos anos, a economia portuguesa está ligeiramente acima do nível “lixo”. A particularidade é que este rating foi atribuído por uma agência ‘filha’ da portuguesa Companhia Portuguesa de Rating.
De acordo com a ARC (que além da Companhia Portuguesa de Rating engloba firmas de países como África do Sul, Brasil, Índia e Malásia), Portugal tem um rating BBB-, com uma perspectiva de evolução “estável”.
Esta classificação está acima do “lixo” que tem marcado as notas mais recentes atribuídas pelos três grandes ‘players’ do rating mundial: Standard & Poor’s, Moody’s e Fitch.
Segundo a nova agência, a economia portuguesa é “geralmente pouco competitiva” e “excessivamente endividada”, sendo este o mais grave problema apontado: as previsões da ARC apontam para que a taxa de crescimento do PIB não passe dos dois por cento nos próximos anos.
O lado positivo do relatório é a “estabilização” da economia, assente nas exportações e nas “plataformas políticas semelhantes” dos principais partidos.
O mesmo rating (BBB-) foi atribuído a Portugal por uma agência com sede no Canadá, a DBRS, cujas análises fazem parte das ‘garantias’ aceites pelo Banco Central Europeu.
A ARC admite até melhorar o nível atribuído, mas só num caso pontual: “Um cenário desse tipo teria provavelmente de envolver a transformação da estrutura da economia, incluindo uma consolidação do sector empresarial, além da criação de perspectivas muito melhores para o investimento”.
Só que também pode ocorrer um cenário inverso, em especial perante “um ambiente deflacionário” ou um cenário político “fraturado”.
