O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, lamentou hoje a decisão de militares venezuelanos de bloquear a eventual ajuda humanitária através da fronteira com a Colômbia, e classificou a posição de Nicolás Maduro como “estado de negação”.
“Eu lamento profundamente. Há um estado de negação do regime de Maduro que em nada auxilia o povo venezuelano. Pelo contrário, prejudica-o”, disse Santos Silva em declarações à agência Lusa em Montevideu, onde participa na primeira reunião entre países da União Europeia, incluindo Portugal, e latino-americanos sobre a crise na Venezuela.
O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, nega, há anos, a entrada de assistência humanitária na Venezuela sob o pretexto de tratar-se de “uma intervenção encoberta do Império”, em referência aos Estados Unidos.
Nos últimos dias, o governo do Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou que poderia enviar assistência humanitária através das fronteiras da Venezuela com o Brasil e com a Colômbia. O presidente interino Juan Guaidó confirmou que a assistência entraria pelo Brasil, pela Colômbia e por uma ilha nas Caraíbas que não especificou. Militares venezuelanos, no entanto, puseram barreiras na fronteira com a Colômbia para que nenhuma ajuda entre no país, que vive uma profunda escassez de produtos básicos como medicamentos e alimentos.
“Devia ser claro para o regime de Maduro que a União Europeia não é parte no processo político interno da Venezuela, embora haja mais de um milhão de cidadãos europeus na Venezuela”, disse o ministro Santos Silva.
“Somos muito claros em dizer que, do nosso ponto de vista, nem uma confrontação interna nem intervenção externa constituiriam qualquer solução. Pelo contrário, agravariam o sofrimento das pessoas”, argumentou o ministro.
“Nós dizemos que, quando há um impasse político desta natureza, a solução razoável é devolver a palavra às pessoas através do voto. É nisso que estamos empenhados”, concluiu.
O chamado Grupo Internacional de Contacto tem como meta definir um plano, em 90 dias, para um futuro processo político pacífico na Venezuela.
A tensão política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o presidente da Assembleia Nacional (parlamento), Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente interino da Venezuela e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.
Após a sua autoproclamação, Guaidó, de 35 anos, prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres. Contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e tem vindo a ganhar o reconhecimento de vários países, nomeadamente de Portugal.
Nicolás Maduro, de 56 anos, chefe de Estado desde 2013, denunciou a iniciativa do presidente do parlamento, no qual a oposição tem maioria, como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos da América.
A crise política na Venezuela, onde residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes, soma-se a uma grave crise económica e social que levou 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU).
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