Os cofres do Estado português vão receber mais 1,48 mil milhões de euros, no imediato, no âmbito do programa de ajuda. Ontem, o FMI deu mais uma nota positiva a Portugal, em virtude do facto de todas as metas definidas estarem a ser cumpridas.
Numa reunião que decorreu em Washington, Nemat Shafik, que presidiu à reunião do FMI, salientou a firmeza das políticas, “ainda que Portugal esteja num cenário de “dificuldades”, que afetam toda a Zona Euro. De acordo com Shafik, são visíveis “sinais de ajustamento nas contas”.
No entanto, Portugal recebeu avisos, no sentido de manter a política orçamental, sem desviar a rota e sem travar as reformas estruturais de que a economia portuguesa necessita para se tornar viável.
Perante “grandes desafios” que Portugal enfrenta, “será importante manter o compromisso”, mantendo “políticas fortes e reformas estruturais”, com a finalidade de “fomentar o crescimento sustentável”. O FMI considerou ainda que “através de reformas dos mercados laborais e de produtos, Portugal tem de “fortalecer a dinâmica da dívida e recuperar o acesso aos mercados financeiros”.
Não obstante ter de levar a cabo esta política de rigor orçamental, o país enfrenta riscos e necessita de ser apoiado por fatores exógenos, que estão relacionados com a crise da Zona Euro. A moeda única tem de sair fortalecida, para que o programa de ajuda externa seja plenamente cumprido.
Estes 1,48 mil milhões são parte dos 29,7 mil milhões de euros, com os quais o FMI contribui, numa fatia de um bolo total de 78 mil milhões. Outras instituições, como o Banco Central Europeu e a Comissão Europeia, participam no resgate a Portugal.
Esta avaliação do FMI coloca Portugal na rota do cumprimento, dentro das metas previstas, sem desvios, mas perante “riscos”, que “aumentaram”. A redução de receitas orçamentais colocam o país neste quadro, ainda que o Governo mereça elogios do FMI, sobretudo pelos esforços na consolidação.
As razões dos elogios do FMI são, paradoxalmente, as origens das críticas em Portugal, por parte da oposição. O FMI realça os “progressos” nas reformas do mercado laboral, essenciais para “impulsionar a competitividade e crescimento”, e aponta no sentido de uma negociação salarial que reflita as capacidades das empresas.
O aumento do desemprego exige uma resposta, através de duas formas: “mais reformas” e reforço do “apoio da oferta de emprego”, sobretudo na população jovem.
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