Economia

Portugal em “franca atividade” epidémica gripal com incidência é moderada

Portugal está em “franca atividade” epidémica gripal, mas a sua incidência é “bastante moderada”, afirmou hoje a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas.

“Estamos acima da linha basal, estamos em atividade epidémica”, declarou Graça Freitas, adiantando essa linha começou a subir “lentamente já a algumas semanas”, o que fez prever que o pico aconteceria na última semana de dezembro em Portugal continental ou na primeira semana de janeiro.

Contudo, explicou, só se percebe que a atividade gripal está em pico quando “a curva começar a descer”.

A atividade gripal em crianças e jovens “é sempre uma boa aproximação aos picos”. “Normalmente, começa a aumentar muito nos muito pequenos, até aos cinco anos, e depois entre os cinco e os 16, porque estes são os que não têm imunidade nenhuma”, adiantou.

Segundo Graça Freitas, a região norte é onde tradicionalmente a atividade gripal epidémica se manifesta mais cedo devido às temperaturas mais baixas e porque têm populações mais concentradas, o que facilita a transmissão da doença.

“A região centro também tem neste momento bastante gripe e o sul está, como costuma estar todos os anos, tranquilo”, referiu.

Portanto, “neste momento, a atividade gripal epidémica no nosso país é de incidência bastante moderada, não temos valores que indiquem gravidade até à data”.

De acordo com a diretora-geral da Saúde, há um aumento dos acionamentos do INEM, da procura do SNS24, das urgências e há uma tendência para aumentar as consultas nos centros de saúde, “mas tudo dentro de um quadro bastante moderado até à data”.

Como “possíveis explicações” para esta moderação, Graça Freitas apontou que o vírus que está a circular, que neste momento é do tipo B, o que indicia uma época gripal que será menos grave, as temperaturas moderadas e o facto de mais de dois milhões se terem vacinado.

“Tudo indica que esta será uma época mais calma do que outras épocas de gripe, mas não sabemos”, porque a situação pode alterar-se se o vírus sofrer uma mutação e se as temperaturas descerem, ressalvou.

Apesar de haver mais afluência aos serviços de urgência, “a subida não está a ser abrupta”. “Nas últimas semanas, tem aumentado o número de pessoas que vai a um serviço de urgência”, cerca de 112 mil episódios por semana, mas o índice de sobrecarga dos hospitais indica que nenhum está no encarnado.

Nos cuidados de saúde primários, há uma estabilidade e todos os outros indicadores de procura tem um ligeiro aumento, nomeadamente o INEM e SNS24, adiantou Graça Freitas, salientando que, “de um modo geral, os serviços estão a responder adequadamente”.

Os hospitais nestes dois meses de “grande procura” (dezembro e janeiro) acionam os seus planos, tendo já aberto cerca de um terço das camas.

Nos invernos adoece-se mais, vai-se aos hospitais e acaba-se por morrer mais nesta estação e, portanto, “é normal” que a partir de determinada altura os hospitais comecem a abrir mais camas e a redirecionar os doentes dentro do hospital em função das necessidades, frisou.

“Muitos centros de saúde já têm o horário alargado” e, se for necessário, outros abrirão, concluiu.

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