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Portugal e Luxemburgo apoiam Defesa de Cabo Verde

Portugal e o Luxemburgo assumiram hoje, na Cidade da Praia, a intenção de apoiar Cabo Verde na área da Defesa, através de financiamento, formação de militares e oferta de equipamento, num investimento que reconheceram ser do interesse de todos.

“Se Cabo Verde estiver ainda melhor e mais capaz ficaremos todos melhor e mais capazes”, disse o ministro da Defesa Nacional de Portugal, José Azeredo Lopes, que hoje iniciou uma visita a este país, juntamente com o seu homólogo luxemburguês.

Os três países assinaram hoje uma declaração conjunta sobre a cooperação trilateral no domínio da Defesa e, no final da cerimónia, transmitiram aos jornalistas a vontade de reforçar esta cooperação, que não é de agora.

“Há vantagens para todos os países de que esta região seja cada vez mais segura e capaz de garantir, enfrentar desafios na área da segurança. Isto significa também que Portugal mantém-se plenamente empenhado em dotar tanto quanto possível dos seus meios navais e aéreos a sua contribuição no domínio da defesa”, disse o ministro português.

Por seu lado, o ministro da Defesa do Luxemburgo, Étienne Schneider, sublinhou a importância das comunidades de Cabo Verde e de Portugal no Luxemburgo, felicitando “as excelentes relações entre os três países”.

Recordando a já antiga cooperação entre Luxemburgo e Cabo Verde, congratulou-se por abrir “um novo capítulo de cooperação” entre os dois países, desta feita na área da segurança”.

A intenção do acordo agora firmado é “melhorar a segurança de Cabo Verde e, logo, de todos nós”, adiantou, revelando que o seu país vai financiar o curso e a formação de militares cabo-verdianos na Academia Militar em Portugal, além da oferta de equipamento.

Por seu lado, Alberto Azeredo Lopes recordou que “Cabo Verde está no coração de uma sub-região que envolve o golfo da Guiné e que é decisiva para o presente e o futuro da segurança marítima”.

“Receberemos sempre com imenso orgulho cabo-verdianos nas áreas da formação, das academias militares, onde aliás, se têm destacado sempre por resultados acima da média”, afirmou o ministro.

Em Cabo Verde esteve recentemente uma fragata portuguesa e um navio P3 e Azeredo Lopes revelou que, em outubro, chegará um navio patrulha oceânica para participar em ações conjuntas de fiscalização levadas a cabo pelos dois países, “nos termos que Cabo Verde entenda”.

“Estamos a falar de um esforço, além da cooperação no domínio da Defesa, superior a um milhão de euros. Este é um sinal, não para ser agradecido, mas para que se perceba que Portugal continua empenhado em apoiar”, disse.

Para o ministro português, “a segurança marítima é uma questão global, não só de Cabo Verde, dos países costeiros da costa da Guiné, mas também dos países europeus”.

A esse propósito, recordou que “há uma percentagem de comércio enorme que passa nesta região”.

“Se esse comércio não poderá fluir em segurança, então aí a segurança de Portugal estará mais frágil, a de Cabo Verde estará mais frágil e a do Luxemburgo estará mais frágil”, acrescentou.

O ministro da Defesa de Cabo Verde, Luís Filipe Tavares, sublinhou que o acordo de cooperação trilateral entre os três países vai “permitir a identificação de projetos de domínio da Defesa com base no plano estratégico de desenvolvimento da guarda costeira de Cabo Verde, 2017-2027”.

“Queremos identificar os principais fatores de instabilidade no domínio da Defesa, da segurança marítima e da formação, as necessidades principais em Cabo Verde e estabelecer as prioritárias para as Forças Armadas do nosso país”, referiu.

Assim, continuou, “Cabo Verde vai começar a receber equipamentos importantes e apoio técnico militar e financeiro” dos parceiros para aumentar o nível de segurança do país e também da sub-região que “é uma preocupação coletiva de Cabo Verde e da União Europeia, no quadro da parceria estratégia” que existe desde 2007 com a União Europeia.

Os três ministros da Defesa visitaram depois o Centro de Operações de Segurança Marítima (COSMAR) na Cidade da Praia, antes de serem recebidos pelo Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, numa visita de cortesia.

A visita prossegue na ilha de São Vicente, onde na terça-feira os ministros irão visitar uma instituição ou empreendimento económico e o Centro de Instrução Militar “Zeca Santos”. A meio da manhã a comitiva visita o Comando da Guarda Costeira.

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