O problema esteve na falta de uma estratégia para a aplicação dos fundos europeus e no excesso de políticas pontuais de gestão das verbas comunitárias. Como exemplo, Augusto Mateus lembrou o investimento na ciência para destacar a ausência de investimento em empresas que pudessem aproveitar esse conhecimento.
“Não contivemos o entusiamos do ‘eu também quero, eu também quero’”, salientou o economista, comparando os muitos buracos que Portugal tentou ‘tapar’ com o dinheiro com a estratégia seguida por um país asiático, onde foi definido um setor de intervenção com capacidade de exportação.
“Houve, há uns anos, uma tentativa de revitalizar a indústria têxtil e, juntamente com a Coreia, Portugal pôs de pé um projecto com esse objectivo. No caso da Coreia, decidiu-se focar os apoios numa única região têxtil e apoiaram-se 17 projectos, em Portugal, foram apoiados 2518 projectos”, contou.
O problema, concluiu Augusto Mateus, é que os fundos de coesão não são eternos. O que está em discussão para o período 2014-2020 pode, no caso de Portugal, vir a ser o último. O economista apela a que os políticos aprendam com os erros dos últimos 25 anos, cometidos por “por razões genéticas”, exemplificando com “a falta de cultura de prestação de contas, porque há um problema de escrutínio na gestão dos dinheiros públicos”.
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