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Portugal: Dependentes de canábis são os que mais pedem ajuda

canabis

O relatório sobre as drogas em Portugal confirmou que a heroína e a cocaína estão a perder terreno e que os dependentes de canábis são quem mais pede ajuda para combater o vício. João Goulão alertou que a canábis “tem uma potência muito superior ao que era tradicional”.

Entre os toxicodependentes em Portugal, os que dependem da canábis são os que mais pedem ajuda para largar o vício.

Se é verdade que a canábis está a ganhar ‘mercado’, face à queda da importância da heroína e da cocaína, também o é que esta droga está cada vez mais potente e já não se assemelha à designada “droga leve” de outros tempos.

Estas foram as principais do Relatório Europeu sobre Drogas de 2015, hoje lançado em Lisboa, para o nosso país.

Em conversa com os jornalistas, João Goulão, do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência, frisou que a “grande mudança” que tem sido registada é o aumento da canábis, quer ao nível de consumidores, quer ao nível dos pedidos de ajuda por parte dos dependentes, quer ao nível da potência da droga.

“A realidade portuguesa foi muito marcada pela presença da heroína, durante muitos anos”, recordou o responsável, sustentando que nos últimos três anos estas duas substâncias têm vindo a sentir a “importância crescente” da canábis, quer em Portugal, quer no resto da Europa.

“Esta é talvez a grande mudança”, como confirma quem trabalha nos centros de tratamento, onde surgem cada vez menos dependentes da heroína e da cocaína e aparecem cada vez mais dependentes da canábis.

João Goulão fez questão de destacar “as alterações na própria canábis, que hoje tem uma potência muito superior ao que era tradicional”, insistindo que está cada vez mais “longe” de ser considerada, como noutros tempos, “uma droga leve”.

Como elemento do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência, o especialista garantiu que não tem “qualquer resistência” ao uso da canábis com fins medicinais, mas só se os benefícios forem demonstrados cientificamente.

Isto porque, argumentou, a planta de onde é extraída a marijuana e o haxixe (resina de canábis) está cada vez mais potente.

Segundo João Goulão, o tetrahidrocanabinol (THC), a substância psicotrópica da canábis, passou de uma potência de três por cento para “plantas com 20 por cento de THC”, fazendo disparar a dependência e casos de surtos psicóticos, ataques de pânico e outros.

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