Economia

Portos nacionais movimentam recorde de 89,2 milhões de toneladas em 2017

Os portos comerciais do continente movimentaram em 2017 um recorde de 89,2 milhões de toneladas de mercadorias, mais 1,3 por cento do que em 2016, destacando-se Lisboa com um aumento de 19,1 por cento, foi hoje divulgado.

De acordo com os resultados do relatório “Tráfego Marítimo de Mercadorias no Contexto da Intermodalidade”, elaborado pela Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT), a “melhor marca de sempre” atingida em 2017 resultou de variações positivas de 19,1 por cento no porto de Lisboa, de 13,5 por cento no de Aveiro, de 7,2 por cento no de Leixões e de 5,3 por cento no de Viana do Castelo.

Pelo contrário, registaram-se variações negativas de 0,4 por cento na Figueira da Foz, de 3,3 por cento em Sines, de 12,6 por cento em Setúbal e de 46,3 por cento em Faro.

Em 2017, o transporte marítimo representou uma quota de 8,1 por cento do total do tráfego nacional e de 76,1 por cento do tráfego internacional.

Globalmente, foram movimentadas no ano passado pelos diversos modos de transporte (marítimo, rodoviário, ferroviário e aéreo) cerca de 261,4 milhões de toneladas de mercadorias em termos de peso líquido, mais 4,3 por cento do que em 2016, tendo o tráfego nacional sido responsável por 59,9 por cento e o tráfego internacional por 40,1 por cento.

Segundo o relatório, o aumento de 4,3 por cento do tráfego total em 2017 resultou das subidas de 6,2 por cento do tráfego nacional e de 1,7 por cento do tráfego internacional, “sendo de destacar que a componente nacional teve ainda que ultrapassar o movimento extraordinário e circunstancial de 3,4 milhões de toneladas havida no ano anterior, motivado pela inoperacionalidade do Terminal Oceânico de Leixões, durante cerca de seis meses, para manutenção da monobóia em estaleiro”.

O volume global de mercadorias transacionadas internacionalmente por Portugal (Continente e regiões autónomas) atingiu em 2017 as 102,6 milhões de toneladas (+5,6 por cento face a 2016) correspondentes a 124,1 mil milhões de euros (+11,5 por cento), a preços correntes.

A distribuição modal deste volume de mercadorias confere, em tonelagem, uma quota maioritária de 58,8 por cento ao transporte marítimo e, em valor, uma quota dominante de 60,6 por cento para o transporte rodoviário.

De acordo com a AMT, o tráfego de importação recorreu sobretudo ao transporte marítimo, que em 2017 representou 61,6 por cento da tonelagem e 26,2 por cento do valor, refletindo estes indicadores “a preferência dos carregadores por este modo de transporte para as mercadorias de grande volume e menor valor unitário”, com destaque para o petróleo bruto, que representou 22,1 por cento do total das importações e 35,8 por cento das importações por via marítima.

As importações intermediadas pelos portos comerciais do Continente atingiram em 2017 “o valor mais elevado de sempre”, destacando-se o contributo do porto de Sines, com uma quota de 56,1 por cento, mais 0,5 por cento do que em 2016 e com uma evolução média anual de 9,4 por cento nos últimos cinco anos.

O transporte marítimo de mercadorias movimentadas no ano passado nos portos do Continente foi assegurado por operadores de cerca de 55 nacionalidades distintas, sendo que no tráfego internacional o maior volume foi afeto à Suíça, com uma quota de 24,4 por cento, equivalente a cerca de 16 milhões de toneladas.

No tráfego nacional, Portugal manteve a primeira posição como país de registo preferencial dos operadores deste tráfego, com 69,7 por cento (mais 3,4 por cento face a 2016), seguindo-se a Holanda, em 2.º lugar (com 7,5 por cento), a Alemanha, em terceiro (com 5,6 por cento), e a Suíça, com 5,2 por cento, em quarto lugar.

Já o Panamá foi o país de registo de navios com maior movimentação em termos de tráfego internacional, responsável por movimentar cerca de 12 milhões de toneladas, correspondente a uma quota de 15 por cento, seguindo-se a Libéria e Malta, com 13,8 por cento e 11,4 por cento, respetivamente.

“Neste capítulo Portugal regista também um comportamento notável, pois cresce 58,5 por cento para uma quota de 5,1 por cento, a par da Grécia”, lê-se no relatório.

No que se refere ao volume de contentores movimentados, atingiu em 2017 um total de 2,9 milhões de TEU, mais 9,3 por cento face a 2016, mantendo a tendência de evolução a uma taxa média anual de crescimento de 6,9 por cento nos últimos cinco anos.

Segundo o relatório “Tráfego Marítimo de Mercadorias no Contexto da Intermodalidade”, o movimento de navios registou um total de 10.651 escalas e uma arqueação bruta (GT) de 206 milhões, respetivamente uma redução de 1,2 por cento e um acréscimo de 0,7 por cento face a 2016 e aumentos de 0,8 por cento e de 5,8 por cento nos últimos cinco anos.

Leixões destacou-se como o porto com o maior número de escalas, com uma quota de 24,4 por cento, seguido de Lisboa, com 0,6 pontos percentuais, e de Sines, com 20,7 por cento.

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