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Porto descobre que os polifenóis das framboesas previnem cancro e outras doenças

framboesasCientistas da Universidade do Porto (UP) descobriram que os polifenóis presentes nas framboesas ajudam a prevenir cancros, como o do cólon e o da mama, e doenças inflamatórias. O segredo está nas propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes dos polifenóis.

O estudo, da autoria dos investigadores da UP, foi publicado no Jornal of Cellular Biochemistry.

O consumo de framboesas, um fruto vermelho que apresenta elevadas quantidades de polifenóis, ajuda a prevenir doenças inflamatórias, retinopatia diabética (que pode conduzir à cegueira) e alguns tipos de cancro, graças à atuação dos compostos bioactivos (com propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes) na angiogénese (a formação de vasos sanguíneos).

“Aquilo que os resultados demonstram de uma forma consistente no nosso modelo celular é que os compostos bioativos que estão presentes na framboesa (polifenóis) comprovam que existe uma enorme potencialidade de modelação da atividade biológica por interação com o ambiente e, neste caso quanto maior for o consumo deste alimento, teoricamente maior a nossa capacidade de evitarmos doenças como inflamações e o cancro”, explicou Mário Sousa Pimenta, um dos investigadores que participou no estudo, citado pela Lusa.

O trabalho, intitulado ‘Polifenóis das framboesas inibem angiogénese. Comer para parar o cancro e evitar a lenta acumulação de doenças’, analisou os efeitos dos polifenóis (compostos bioativos presentes na framboesa e que têm potencial anti-inflamatório e antioxidante) na modulação da formação de novos vasos sanguíneos.

O ensaio experimental demonstrou que os polifenóis da framboesa e de outros frutos vermelhos com cor intensa apresentam “um potencial de inibir a angiogénese”, salientou o investigador: “Tem potencial para inibir a formação de novos vasos sanguíneos, proliferação de células que revestem as paredes dos vasos sanguíneos e evitar a sua capacidade migratória das células”.

O aumento da produção de vasos sanguíneos pode levar à retinopatia diabética, uma doença oftalmológica associada à diabetes e a causa mais frequente de cegueira adquirida.

“Teoricamente, nós inibimos a giogénese e podemos impedir consequências de uma diabetes”, revelou Mário Sousa Pimenta.

Na Sardenha (Itália), o consumo de vinhos tintos a partir da uva Cannonau (com uma média de polifenóis três vezes superior à de outros vinhos) tem associado a “uma maior longevidade das populações”, e isto por causa dos polifenóis, acrescentou o investigador da UP.

Já no arquipélago de Oquinaua, no Japão, é o consumo de derivados da soja que tem sido associado a uma alta longevidade, visto que na região há um elevado consumo de polifenóis através daquela leguminosa.

Segundo Mário Sousa Pimenta, essa associação tem provocado uma diminuição de “cinco a seis vezes da taxa de incidência de cancro do cólon ou da mama ou doença cardiovascular”.

As framboesas têm sido associadas à diminuição da proliferação das células que revestem os vasos sanguíneos, assim como à diminuição da capacidade de migrar das células, que é tanto maior quanto mais forem concentrados os compostos bioativos, como salientou Mário Sousa Pimenta.

O investigador, que revelou ter aumentado o consumo diário de frutos vermelhos, sublinhou que o consumo de polifenóis ajuda as pessoas a protegerem-se quer seja do cancro e da metastização, quer seja de doenças inflamatórias.

O estudo permitiu concluiur também que que existem “alterações de citoesqueleto”, o qual tem um função de suporte das células e do movimento.

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