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Portalegre 2019 “vai ficar para história da vida” de Tiago Reis

Tiago Reis, o campeão nacional de todo-o-terreno, tem as melhores recordações da sua carreira na competição em 2019.

O piloto minhoto estava habituado a um mundo completamente diferente no campeonato de montanha, e acabou por ser conquistado pelo ‘cross-country’ nacional, acabando por ter sucesso pela forma como abordou a competição.

Navegado por Valter Cardoso, e aos comandos do Mitusbishi Racing Lancer Tiago Reis chegou ao título nacional face a uma concorrência muito forte, que acabou por valorizar o cetro conquistado, conforme confidenciou numa entrevista à Golo FM e V Motores, conduzida pelo nosso colega Joaquim Amândio Santos.

“Já tínhamos provado no ano anterior que estávamos a um nível muito bom, depois de ter adquirido o carro que era do Miguel Barbosa, que é fantástico. E ele também nos deu uma ajuda no início”, começa por referir o piloto do Team Transfradelos.

Tiago Reis sublinha também: “No ano passado a minha equipa deu-me sempre um carro fantástico, sem dúvida, e a ajuda do Valter foi também muito importante. Eu também me dediquei a cem por centro. Queríamos tentar ser campeões, que é um sonho para qualquer piloto sagrar-se campeão nacional a dada altura da carreira. Conseguimos e ficamos muito contentes”.

Na caminhada para o título o piloto minhoto elege alguns momentos: “Reguengos foi agridoce. Com a prova na ‘mão’ e a 40 km do fim o turbo do carro cedeu e fiz segundo lugar mesmo com pouca diferença para o vencedor. Mas nunca baixamos os braços. Eu e o Valter sempre achamos que seria possível, sempre nos esforçamos ao máximo, e quando ganhamos a prova de Idanha. Daí para a frente achamos que poderíamos ganhar o campeonato”.

“Quando chegamos a Portalegre sabíamos que os pontos de todos os setores eram muito importantes. Foi muita emoção dentro do carro, foi gerir muita coisa, com a minha equipa a dar-nos muito apoio”, lembra Tiago Reis.

O piloto destaca a importância da sua equipa mais destaca o seu navegador. “A minha equipa teve muito mérito no título, mas o Valter teve um papel muito importante em Portalegre, pois para além de ser navegador tem de gerir as emoções todas. Ao longo de muitos quilómetros. E é uma corrida que vai ficar para a toda a vida na nossa história”.

Um dos aspetos que levou Tiago Reis a trocar as rampas pelos ralis de todo-o-terreno foi a competitividade do campeonato português: “Quando me transferi da montanha foi uma explosão. Fui ver o meu pai a fazer Portalegre e achei uma coisa fantástica. E aí disse; para o ano tenho de fazer todo-o-terreno. Mas sinceramente não tinha noção do desafio em que me meti”.

“Mas hoje digo. Não há dúvida de que o TT tem pilotos excecionais, muito rápidos, e ao contrário do que muitas pessoas pensam, no todo-o-terreno anda-se muito depressa. Não é só nos ralis ou noutro tipo de provas. Temos corridas em que possivelmente atingimos velocidades elevadas, não digo tão fortes como noutras disciplinas, mas está ao nível dos ralis convencionais”, salienta o piloto do Team Transfradelos.

Esta temporada Tiago Reis venceu uma das duas provas disputadas, sendo que na segunda o vencedor foi o seu ‘mentor’ no TT. O que vem conferir ainda mais interesse a um campeonato que, por via do Covid-19 foi interrompido.

“Não há dúvida que o Miguel (Barbosa) é muito bem vindo ao campeonato. Tenho a perfeita noção de que é um adversário muito forte. Mas como ele há outros e acho que os campeonatos devem ser feitos com bons pilotos, boas máquinas e muito público”, reconhece o piloto minhoto.

Tiago sente pena que se tenha interrompido uma época que estava a ser muito interessante: “Chegamos à prova de Beja, que era a primeira para todos e saí de lá com uma vitória. Fomos à prova do ACP e posso dizer que vim de lá satisfeito por um lado e insatisfeito por outro. Mas as corridas são assim. Foi a primeira vez que guiei na areia. Foi uma experiência nova. E saímos de lá com o quarto lugar. Gostávamos de mais, mas temos de ter consciência que tínhamos um handicap que era não ter experiência nenhuma em relação aos pilotos que ficaram à nossa frente”.

Apesar de pairar a incerteza quanto à continuidade do campeonato, Tiago Reis diz que “é prematuro dizer que vai ser disputado por mim, pelo Miguel ou qualquer outro piloto. Só no fim é que veremos quem irá discutir a vitória final. Nos últimos anos este campeonato tem sido decidido na última prova e no último setor, pois isso não podemos achar que somos campeões com duas provas”.

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