O Presidente da Polónia, Andrzej Duda, disse hoje que se opõe à proposta do homólogo norte-americano, Donald Trump, de convidar o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, para a próxima cimeira do G7, recordando o episódio da anexação russa da Crimeia.
No final da cimeira do G7 na cidade francesa de Biarritz, há uma semana, Donald Trump afirmou que aproveitaria a presidência norte-americana do G7 para convidar Putin para a cimeira de 2020, depois de este ter sido expulso do anterior clube G8, após a Rússia ter invadido a Ucrânia, anexando a Crimeia, em 2014.
A ideia foi recebida com protestos por parte dos restantes membros do grupo e, no domingo, durante as cerimónias do 80.º aniversário do início da II Guerra Mundial, que reuniu dezenas de líderes mundiais em Varsóvia, Andrzej Duda alertou para os riscos do “regresso das tendências imperialistas” na Europa, referindo-se às operações militares da Rússia na Geórgia e na Ucrânia.
Hoje, o Presidente polaco voltou a falar do risco que constitui a Rússia, dizendo que não se pode “agir como se nada se tivesse passado com essa situação (anexação da Crimeia)”, em declarações feitas numa conferência de imprensa conjunta, ao lado do vice-Presidente dos EUA, Mike Pence, que se deslocou a Varsóvia para participar nas cerimónias de aniversário, em representação de Trump, que anulou a viagem para acompanhar a situação do furacão Dorian.
Mike Pence foi mais cauteloso, nas declarações relativas à Rússia, na conferência de imprensa, limitando-se a declarar que é preciso “ficar atento” a Moscovo, mas não se referindo diretamente à questão do convite a Vladimir Putin para estar presente na próxima cimeira do G7.
De resto, na comitiva norte-americana a Varsóvia, seguiu o secretário de Energia dos EUA, Rick Perry, que prometeu facilitar o fornecimento de gás liquefeito dos EUA à Polónia e à Ucrânia, para ajudar estes países a reduzir a sua dependência do combustível russo.
Os Estados Unidos assinaram no sábado um acordo com a Polónia e a Ucrânia, para promover a entrada de gás líquido dos EUA nos mercados de energia da Europa central e oriental.