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Polícia faz o jantar a dois idosos tristes e abandonados

A polícia de Roma, em Itália, partilhou uma história encantadora, sobre Jole e Michele, um casal de idosos, de 89 e 94 anos, cujo choro se fez ouvir fora de portas. Estavam tristes pelas notícias que a televisão transportava e sentiam-se sozinhos. Os agentes resgataram-nos da solidão, cozinharam uma massa deliciosa e fizeram companhia aos idosos. A história foi partilhada nas redes sociais e serve de alerta para a solidão na terceira idade.

“Às vezes, a solidão dissolve-se em lágrimas. Às vezes, é como uma tempestade de verão: vem de repente e oprime. Mas quando a solidão é um fardo para o coração, pode levar à perda de esperança. Ou, como aconteceu neste caso, a um grito de desespero tão sonoro, que leva alguém chamar a polícia…”.

Jole e Michele formam um casal de idosos que protagonizou uma história que mistura amor e tristeza. Vivem em Roma, sozinhos, unidos há quase 70 anos. À companhia mútua junta-se a televisão, que nem sempre é amiga.

Fluem notícias de crianças abusadas num jardim de infância. E Jole pergunta-se: “Tanto mal? Porquê?”. Apetece desligar a televisão, mas aquele ecrã finge ser boa companhia. Este casal precisa de boas companhias, mesmo que fingidas.

A tristeza das más notícias trouxe lágrimas. As lágrimas antecederam um choro, tão sonoro que levou alguém a suspeitar de que aqueles velhinhos estavam a ser atacados.

Chamada ao local, a polícia depara-se com um ataque, mas não o esperado. Não era um assalto, era um ataque de solidão, que fez dois reféns: Jole e Michele.

Não há um crime, ainda que o abandono seja criminoso. Jole e Michele não foram vítimas de um ladrão. Mas não havia ninguém para os salvar.

A polícia tem duas almas solitárias por tranquilizar. Ouve a sua história de união, sente a alegria pelo facto de a televisão deixar de ser uma companhia. Sente a dificuldade que um casal naquelas condições enfrenta, todos os dias, para suprir carências básicas, como a alimentação.

“A polícia está imbuída de ternura. Entende que desta vez é diferente. Não existem formulários para preencher. Esta noite, os códigos de conduta são desnecessários. Os agentes precisam de ser pessoas, de serem autêntico”, escreve a polícia, no relato da história feito no Facebook.

Enquanto esperam pela ambulância para assegurar que ambos estão bem, eles sentem que basta um pouco de calor humano para restaurar a tranquilidade de Jole e Michele.

O agentes pedem permissão para ir à despensa e fazer o jantar de improviso. Um pouco de massa, com manteiga e queijo bastou. Nada de especial, mas com um ingrediente precioso: a humanidade.

Andrea, Alessandro, Ernesto e Mirko, os heróis desta história, ganharam dois novos amigos, num jantar de família que, tal como Jole e Michele, jamais esquecerão.

Publicado por Questura di Roma em Quarta-feira, 3 de Agosto de 2016

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