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Polémica reação do Bloco de Esquerda à morte de Belmiro de Azevedo

A morte de Belmiro de Azevedo já mereceu comentário do Bloco de Esquerda. E é uma reação controversa, que recorda o modo como, de acordo com os bloquistas, foi construída a fortuna do ex-patrão da Sonae, em particular a “engenhosa operação” bolsista que “motiva a demissão de um secretário de Estado”.

O Bloco de Esquerda já reagiu à morte de Belmiro de Azevedo e fê-lo de forma polémica, recordando um caso que remonta a 1986, quando foi aberto o primeiro Continente, na Amadora. De forma velada, o BE insinua um compadrio entre o empresário, que morreu hoje, e dois governantes sob a tutela do ministro Miguel Cadilhe.

“Belmiro encaixa numa engenhosa operação entre empresas do seu grupo 20 milhões de euros de incentivos à cotação em Bolsa, caso que motiva escândalo e mesmo a demissão de um secretário de Estado do ministro Cadilhe, além de um longo processo na Justiça, que termina arquivado”, recorda o BE, citando os livros ‘Os Donos de Portugal’ e ‘Os Burgueses’.

“O outro secretário de Estado de Miguel Cadilhe, Elias da Costa, terá lugar nas administrações do grupo Sonae”, continua o ‘elogio fúnebre’ bloquista.

No artigo, publicado pelo deputado Jorge Costa no site dos bloquistas (e que cita os dois livros), o partido salienta em tom condenatório que Belmiro de Azevedo acumulou fortuna “pela transação bolsista”.

“Tal como o seu concorrente Alexandre Soares dos Santos, Belmiro de Azevedo cultivou frequentemente uma imagem de independência do poder político”, continua o texto:

“Sendo de facto o grande grupo com menos ex-governantes nas suas administrações, a Sonae não dispensou ao longo dos anos os serviços de um lote significativo de ex-ministros e secretários de Estado”.

E são citados nomes: Viana Baptista, Álvaro Barreto, Daniel Bessa, Cavaleiro Brandão e Silva Peneda.

O BE não podia ainda esquecer que, “nas eleições de 2011, o dono da SONAE participou na campanha de Pedro Passos Coelho, em nome da urgência ‘de uma autoridade forte que a esquerda não pode dar” a Portugal.

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