Uma fantasia de Carnaval, à venda na Amazon italiana, gerou tanta polémica que a empresa mandou suspender as vendas. O disfarce, disponível para menino e para menina, tornava a criança num pequeno refugiado da II Guerra Mundial. Com mala de cartão, claro.

O Carnaval é uma das principais festas populares em Itália, sobretudo em Veneza. Mas o país é também uma das principais portas de entrada dos refugiados na Europa.

O que é que uma coisa tem a ver com outra? Tudo, no entender da Amazon italiana, que colocou à venda uma fantasia de refugiado.

O fato, disponível para menino e para menina, evocava os trajes típicos das crianças refugiadas na época da II Guerra Mundial, sendo complementada pela ‘obrigatória’ mala de cartão.

“Evocava” porque… já não está à venda. A fantasia provocou tanta polémica que a empresa suspendeu a comercialização do produto.

Se gostou da ideia, tente na Amazon britânica, uma vez que a fantasia ‘Wartime Refugee’ é produzida pela Fancy Me.

“Uma vergonha”

As principais críticas públicas ao disfarce partiram da Caritas, uma das maiores instituições de caridade em Itália.

“A minha crítica não visa a Amazon, mas a empresa britânica que vende esse disfarce. É uma questão de bom senso e de ter a coragem para, em determinados momentos, recolher produtos que já não são apropriados”, esclareceu Oliviero Forti, diretor da divisão de imigração da Caritas, numa entrevista ao The Telegraph.

“É uma vergonha”, frisou Forti, lembrando que a Itália continua a ser a porta de entrada para milhares de refugiados e um país onde se vive “no terreno o drama de crianças refugiadas que morrem diariamente”.

A polémica gerada foi tanta que a Amazon italiana retirou a fantasia, alegando que a apresentação era “ofensiva”.

“A experiência [das crianças refugiadas] foi extremamente traumática durante a I e II Guerras Mundiais, assim como é ainda hoje para milhões de pessoas que vivem essa situação”, salientou Oliviero Forti.