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Pode a legionela ‘infetar’ a greve dos enfermeiros?

enfermeiros O surto de legionela levou o Ministério da Saúde a pedir aos enfermeiros que reconsiderassem nas greves agendadas. Os sindicalistas foram surpreendidos por esta “tentativa de manipular”, mas estão reunidos para decidir se amanhã (e na sexta-feira seguinte) há ou não greve.

A greve que o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) tinha anunciado amanhã pode ser anulada, adiada ou realizada. As hipóteses estão em cima da mesa após um pedido “extraordinário” do Ministério da Saúde.

Devido ao “cenário extraordinário” do surto de legionela, a tutela apelou aos enfermeiros uma reavaliação das datas anunciadas para as greves (dias 14, amanhã, e 21), para evitar que uma paralisação “possa comprometer a prestação de cuidados de saúde” quando estão em causa “necessidades em saúde indispensáveis e inadiáveis”.

“Sem questionar o direito constitucional à greve, solicita-se que, tendo em conta o interesse público e o cenário epidemiológico extraordinário atual, se dignem avaliar a oportunidade da paragem laboral já decretada, as consequências nos cuidados prestados às pessoas e a perceção social sobre a greve e os seus riscos”, adianta a carta assinada por Manuel Teixeira, o secretário de Estado da Saúde.

O SEP foi apanhado de surpresa pelo pedido do Ministério, estando os dirigentes sindicais reunidos, hoje, para equacionar os vários cenários possíveis.

Citada pela Lusa sem identificação, uma fonte sindical revelou que a reunião teve início pelas 9h30 e deverá terminar pelas 13h00, hora em que está anunciada uma conferência de imprensa para apresentar a resposta oficial ao pedido da tutela.

“É extraordinário que o mesmo Ministério da Saúde que não resolve os problemas dos enfermeiros, nomeadamente a carência de profissionais, o aumento dos contratos de trabalho para 40 horas, as subcontratações e as carreiras, venha agora pedir aos enfermeiros que desconvoquem a greve de dois dias porque precisa deles”, comentou a sindicalista Guadalupe Simões, citada pelo Público.

A direção do SEP, acrescentou a mesma responsável, interpretou o pedido da tutela como “surpreendente e uma tentativa de manipular as pessoas”, mas está a responder ao solicitado, analisando as várias hipóteses possíveis.

Um dos cenários equacionados, segundo o jornal, é a manutenção da greve a nível nacional, mas exceptuando a região de Lisboa, onde está concentrado o surto e onde existem mais doentes internados.

O pré-aviso de greve, feito na segunda-feira, abrangia os dias 14 e 21 de novembro.

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