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PM do Paquistão diz que responderá a qualquer agressão da Índia

O Paquistão responderá a qualquer agressão da Índia sobre a Caxemira paquistanesa, alertou hoje o primeiro-ministro paquistanês, Imran Khan, após os indianos retirarem o estatuto especial que existia para a Caxemira indiana.

“Os militares paquistaneses têm informações sólidas de que (os indianos) pretendem fazer alguma coisa na Caxemira paquistanesa”, disse Khan num discurso em Muzaffarabad, capital da Caxemira paquistanesa.

“Decidimos que se a Índia cometer alguma violação, vamos lutar até o fim. Está a chegar o momento de vos ensinar uma lição”, acrescentou.

A mudança de tom foi muito forte do lado paquistanês, já que o ministro dos Negócios Estrangeiros do Paquistão, Shah Mehmood Qureshi, tinha dito na quinta-feira passada que o seu país “(não) considerara a opção militar.

“Estamos a estudar as opções políticas, diplomáticas e legais”, disse na altura Qureshi.

As tensões entre os dois vizinhos aumentaram depois de a Índia ter revogado, há dez dias, a revogação da autonomia constitucional do estado de Jammu-Caxemira, medida explosiva que visa colocar a região sob uma tutela mais direta de Nova Deli e que o Paquistão considerou “ilegal”.

Desde 04 de agosto, a Caxemira indiana está isolada do mundo. O controlo sobre as comunicações e restrições pesadas de circulação foram impostos pelas autoridades indianas.

Temendo protestos em massa, Nova Deli também enviou dezenas de milhares de soldados adicionais para a Caxemira indiana.

De acordo com o governador do estado de Jammu e Caxemira, o toque de recolher imposto à Caxemira controlada pela Índia será aliviado após o Dia da Independência, na quinta-feira, mas as comunicações por telefone e internet continuarão bloqueadas.

No domingo, Imran Khan comparou a inação da comunidade internacional aos eventos na Caxemira com o silêncio em torno da ascensão do nazismo e do surgimento de Hitler na Alemanha na década de 1930.

O Governo do Paquistão já pediu uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU sobre a decisão da Índia de revogar o estatuto de autonomia.

As duas potências nucleares do sul da Ásia já travaram duas guerras pelo controlo de Caxemira.

Desde 1948, uma resolução da ONU prevê a organização de um referendo de autodeterminação em Caxemira, que se mantêm letra morta face à oposição de Nova Deli.

Diferentes grupos separatistas combatem, há décadas, a presença de cerca de 500 mil soldados indianos na região de Jammu-Caxemira, para exigir a independência do território ou a integração no Paquistão. Dezenas de milhares de pessoas, na grande maioria civis, já morreram no conflito.

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