Numa entrevista à Antena 1, Pires de Lima, líder do Conselho Nacional do CDS-PP, elogia Paulo Portas, cuja liderança “é incontestável”. O centrista garante que não será candidato à chefia do partido, mas não esclarece se irá entrar no Governo, como ministro. Pires de Lima garante que PSD e CDS “apresentam um espírito forte para encontrar uma solução que assegure a estabilidade da coligação.”
Depois de Paulo Portas, Pires de Lima é o nome do CDS que surge na pirâmide mediática. A saída de Portas do Governo é irreversível, a entrada de Pires de Lima é apresentada como muito provável, em resultado desta negociação entre PSD e CDS.
Pires de Lima concedeu uma entrevista à Antena 1, onde aborda duas questões essenciais: a alegada cisão no interior do CDS, resultante da decisão pessoal de Portas em demitir-se do cargo de ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, e a eventualidade de integrar o executivo liderado por Pedro Passos Coelho.
O centrista coloca-se ao lado de Paulo Portas, considerando a sua liderança do CDS “incontestável”. E nesse sentido é totalmente infundada a ideia de que tenha intenção de avançar com um projeto alternativo, no congresso do CDS.
“Está fora de causa. Não tenho qualquer ambição de liderar partidos políticos e nem sequer tenho vocação. Apesar do que se passou, Paulo Portas é o líder incontestável”, afirmou Pires de Lima à Antena 1.
Paulo Portas deve, defende o presidente do Conselho Nacional centrista, permanecer no cargo, não apenas pela sua “capacidade de liderança do CDS”, mas também porque, segundo Pires de Lima, “não é muito fácil visualizar uma mudança de líder num momento tão conturbado como este”.
Apesar de essa conturbação resultar de uma decisão de Portas, que Pires de Lima critica, o CDS está bem, tem um presidente competente, uma “uma liderança personalizada, que leva a que o partido muitas vezes se confunda com Paulo Portas.”.
Se a possibilidade de concorrer à liderança do CDS é afastada, o mesmo não acontece relativamente à possibilidade de Pires de Lima integrar o Governo – o seu nome tem sido apontado, no âmbito do acordo que PSD e CDS-PP tentam estabelecer.
Confrontado com essa hipótese, o presidente do Conselho Nacional centrista foi evasivo: “Não vou entrar em detalhes sobre soluções apresentadas pelo primeiro-ministro. Apenas digo que os dois partidos apresentam um espírito forte para encontrar uma solução que assegure a estabilidade da coligação, até 2015”.
Num olhar sobre o congresso do CDS-PP, o centrista defende o seu adiamento, uma vez que as circunstâncias políticas se alteraram. “O congresso foi marcado num conjunto de pressupostos que foi evoluindo de uma forma dramática”, sustenta. E uma vez que “a solução que Passos Coelho apresentou ao Presidente da República, e que incluía obviamente o acordo e a inclusão do CDS no Governo, ainda não foi validada”, não faz sentido que o congresso ocorra neste momento, de acordo com Pires de Lima, nesta entrevista à Antena 1.
Paulo Portas tem sido muito criticado, pelo pedido de demissão. Pires de Lima considera que é “compreensível” que surjam reações do género. “Paulo Portas surpreendeu os portugueses e os militantes do CDS, os próprios aliados com a decisão que tomou na terça-feira. Enquanto seu amigo, compreendo a grande pressão a que está sujeito, mas preferia que não tivesse tomado a decisão”, conclui Pires de Lima.