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PIP pode ser acusada de homicídio involuntário no caso dos implantes mamários

protese_pipA Poly Implant Prothèse (PIP) optou por utilizar silicone mais barato, de forma, consciente, para permitir que mais clientes pudessem fazer implantes mamários, mas desconhecia que o material era ameaça cancerígena. Nesse sentido, o Ministério Público poderá acusar a empresa de homicídio involuntário.

O uso de silicone desadequado foi uma opção consciente, da PIP, segundo o Ministério Público francês. No entanto, esta marca tem como atenuante o facto de desconhecer os efeitos nocivos para as mulheres, o que atenua o quadro penal que a PIP poderá enfrentar.

As autoridades francesas, no entanto, apontam como prioridade – mais do que apontar culpados – defender a saúde das mulheres que introduziram implantes mamários da PIP.

Há cerca de 2000 mulheres em Portugal, 30 mil em França, 40 mil em Inglaterra e 25 mil no Brasil. Em todo o mundo, estima-se que cerca de 500 mil mulheres tenham colocado próteses.

As pessoas que recorreram a aumentos mamários estão a ser aconselhadas a consultar o seu médico, ou o cirurgião que procedeu ao implante. Mas, além de aconselhamento, as pacientes que já o fizeram recebem surpresa por parte dos médicos.

Ontem, ficou a saber-se que os implantes mamários desta marca têm, na sua composição, elementos químicos prejudiciais para a saúde, utilizados em combustíveis e na indústria da borracha, segundo noticia a estação de rádio italiana RTL. Basylone, Silopren e Rhodorsil são as substâncias usadas, sem que tenham sido feitos ensaios clínicos.

As próteses PIP contêm um aditivo prejudicial para a saúde, que não foi alvo de nenhum ensaio clínico.

O caso dos implantes foi suscitado em França, onde a morte de uma mulher foi associada ao silicone desta marca. O Governo francês emitiu um comunicado a aconselhar as 30 mil mulheres francesas que colocaram implantes mamários da PIP a proceder à remoção, “a título preventivo e sem qualquer caráter de urgência”.

O titular da pasta da Saúde, Xavier Bertrand, adverte que o silicone não é o indicado para aquele tipo de cirurgia (é industrial, contém produtos tóxicos e potencialmente mortais e apresenta um risco muito superior de rutura). Entre os potenciais perigos estão riscos de cancro, de rompimento e inflamações.

As mulheres que foram sujeitas a esta intervenção cirúrgica devem também, segundo o consultar o médico e cirurgião responsáveis pelo processo. É também recomendada a realização de exames clínicos e radiológicos, com caráter preventivo.

No entanto, foi emitido um parecer do Instituto Nacional do Cancro, que nega que existam “riscos acrescidos de cancro” devido a este tipo de silicone.

As autoridades de saúde já detetaram oito cancros: cinco na mama, um linfoma raro no seio, um linfoma na amígdala de uma paciente e ainda uma leucemia.

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