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Pingo Doce responde à “resistência” de Nelson Arraiolos com um cabaz e arroz

nelson arraiolos 210nelson arraiolos bigNelson Arraiolos, o desempregado que apela ao não pagamento dos impostos como “resistência involuntária”, anunciara que ia entrar no Pingo Doce para levar um pacote de arroz sem pagar. A empresa reagiu com uma ação simbólica: ofereceu-lhe um cabaz.

Os protestos de Nelson Arraiolos estão a tornar-se tão mediáticos que o desempregado começa a conhecer a outra face. Depois de escrever ao Presidente da República, a justificar que não vai pagar impostos por não ter rendimentos, e de ter viajado em transportes públicos sem comprar o título de viagem, numa ação de “resistência involuntária”, Nelson Arraiolos agendara para hoje uma compra – sem dinheiro – de um pacote de arroz.

Durante dias, Nelson Arraiolos garantiu que se iria apresentar numa loja da cadeia Pingo Doce (na rua 1.º de Dezembro), em Lisboa, ao meio-dia, para pegar num pacote de arroz. De seguida, iria deixar o supermercado sem pagar o artigo. O desempregado convidou a comunicação social a registar o evento, de forma a publicitar a “resistência involuntária”.

O mediatismo da iniciativa foi aproveitado pela Pingo Doce. A empresa não deixou Nelson Arraiolos sair com o pacote de arroz: ofereceu-lhe um cabaz. “Sabemos que as suas intenções não são roubar e por isso oferecemos-lhe um cabaz de Natal”, explicou-lhe o gerente da loja.

O desempregado não escondeu a satisfação pela dimensão que o caso tomou. Esta ação de alerta contra a fome no país, segundo Nelson Arraiolos, sensibilizou os responsáveis da empresa, que lhe terão dito que “compreendiam as razões do protesto e do ato”, como adiantou ao Público.

O manifestante garante que este “ato de resistência involuntária” terá consequências: o cabaz vai ser entregue, pelo desempregado, a uma família com dois filhos menores. “Não é porque eu não precise”, justificou-se, “mas porque há pessoas que ainda precisam mais do que eu”.

“Mesmo que não trouxesse o pacote, valeria pelo acto em si. Parem de salvar os bancos e salvem as pessoas. Tem de haver respeito pela dignidade humana. Não havendo, iremos até ao Tribunal Internacional dos Direitos do Homem mover uma ação contra o Estado português”, acrescentou.

Nelson Arraiolos, desempregado há dois anos, sofre de Charcot Marie-Tooth, uma doença degenerativa que se caracteriza por perda progressiva de massa muscular e de sensibilidade ao toque.

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