Economia

“Pingo Doce aproveita para abrir mais duas horas por dia a custo zero”, acusa o CESP

O Sindicato dos Trabalhadores dos Escritórios, Comércio e Serviços de Portugal (CESP) acusou o Pingo Doce, que anunciou a abertura de lojas às 6h30 ao fim de semana, de exigir aos trabalhadores “mais duas horas por dia a custo zero”.

“Cai sempre sobre os trabalhadores uma desregulação dos horários. Estamos a falar de mais duas horas por dia a custo zero, porque vão para o banco de horas”, explicou a dirigente sindical Filipa Costa, em declarações à TSF.

De acordo com as queixas que o CESP tem recebido, os hipermercados Pingo Doce, que foram “pioneiros em matéria de desregulação dos horários”, têm feito pressões sobre os trabalhadores para garantir que as portas vão abrir às 6h30 nos próximos dois fins de semana.

“Há uma pressão para ir trabalhar naquele dia. Alguém que entra às 6h30 da manha pode não ter condições para estar a apanhar um transporte ou pode não ter mesmo transportes públicos para apanhar”, salientou a sindicalista.

Segundo o CESP, há trabalhadores a serem instruídos para entrarem às 06h30 e cumprirem dez horas de trabalho num dia, sendo que esse chamada é feita “através dos grupos de WhatsApp criados em muitas lojas”.

“Sabemos que o Pingo Doce está agora a fazer uma campanha de 50 por cento de desconto para brinquedos, sabemos que há todo um aproveitamento de abrir a loja mais umas horas, a custo zero para a empresa, e é só lucrar”, insistiu Filipa Costa.

O CESP criticou também a passividade do Governo, que ‘deixa andar’ medidas como as que foram anunciadas pelo Pingo Doce, com abertura às 06h30 de sábado e domingo.

“Existe uma série de exceções a esse recolher obrigatório (e bem, porque as pessoas têm de se alimentar e têm de ir às compra), a questão é que deixa espaços vazios para haver um tipo de situação para um tipo de comércio e outro tipo de situação para outro tipo de comércio. As condições que um Pingo Doce tem não são iguais às da mercearia ali da esquina”, finalizou a sindicalista.

De acordo com a TSF, a Jerónimo Martins, dona do Pingo Doce, recusou prestar esclarecimentos sobre o caso.

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