Pinto Monteiro, procurador-geral da República, diz que as investigações ao caso da compra dos submarinos de Portugal à Alemanha não avançam por “falta de dinheiro para as perícias”. O Ministério da Justiça não disponibilizou as verbas.
Segundo Pinto Monteiro, as investigações ao caso dos submarinos não avança porque o Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) não tem dinheiro para realizar perícias. A falta de verbas está a motivar atrasos na investigação.
“Estamos à espera de que o Ministério da Justiça disponibilize a verba necessária para a realização de perícias. São caríssimas e quando as investigações obrigam a perícias torna-se muito difícil”, revelou Pinto Monteiro.
Em Lisboa, à margem da apresentação de um estudo sobre sinistralidade rodoviária, o procurador-geral da República comentava o inquérito relativo à compra de dois submarinos à empresa alemã Ferrostaal, por parte de Portugal, que está a ser alvo de investigação, mas sem avanços.
A Justiça está em marcha lenta por falta de meios financeiros, mas também porque as autoridades da Alemanha ainda não deram seguimento às cartas rogatórias, tendo em vista o desenvolvimento de diligências em solo germânico.
Apesar de “não se verificar o cumprimento por parte das entidades alemãs”, Pinto Monteiro assegura que o processo “não está parado”. O DCIAP confirma que há diligências em curso, para averiguar alegados crimes de corrupção, tráfico de influências ou branqueamento de capitais.
Recorde-se que a compra dos dois submarinos alemães – realizada quando Paulo Portas era ministro da Defesa – implicou um investimento do Estado na ordem dos 880 milhões de euros.
Entretanto, Pinto Monteiro espera que o Ministério da Justiça disponibilize as verbas necessárias para que, em Portugal, não existam quaisquer entraves à investigação.