Economia

Pesca é “muito importante” para uma economia “estável e regular”

O ministro do Mar defendeu que a pesca é uma “atividade muito importante” para as comunidades costeiras e para a manutenção de uma “economia estável e regular”, ressalvando que devem ser assegurados os ‘stocks’ das espécies.

“As pescas são muito importantes no contexto nacional. Somos um dos maiores consumidores ‘per capita’ de pescado, a nível planetário, [no entanto], também importamos muito peixe para satisfazer não só a alimentação direta, como a nossa indústria conserveira”, indicou Ricardo Serrão Santos, em declarações à Lusa, a propósito do Dia Mundial da Pesca, que hoje se celebra.

De acordo com o governante, a pesca é, assim, “uma atividade muito importante para as nossas comunidades costeiras e para a manutenção de uma economia estável e regular para as nossas comunidades”.

No entanto, conforme indicou o líder do Ministério do Mar, as pescarias devem “tentar cumprir com o rendimento máximo sustentável para os ‘stocks'”, não excluindo, “as questões sociais relacionadas com as pescas”.

De acordo com as estatística da pesca do Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2018, estavam licenciadas 3.994 embarcações de pesca, menos 75 do que no ano anterior, e foram abatidas 110, o equivalente a mais 24 unidades, em relação ao ano anterior.

No período em causa, o volume de descargas de pescado efetuado pelas organizações de produtores do continente registou uma subida de 6,8 por cento em comparação com 2017, devido, sobretudo, à maior descarga de cavala, que quase duplicou (87,3 por cento).

Por sua vez, o preço médio anual do pescado fresco ou refrigerado, que foi descarregado em 2018, caiu 1,7 por cento, passando de 2,23 euros por quilograma (kg) em 2017 para 2,20 euros por quilograma.

Em 2018, o peixe capturado pela frota portuguesa diminuiu 1 por cento, não tendo ultrapassado as 177.685 toneladas.

Já o volume de pesca em águas nacionais cresceu 5,9 por cento, enquanto a captura em pesqueiros externos caiu 18,6 por cento.

As exportações de produtos de pesca ou relacionados, por seu turno, contabilizaram 1.118,7 milhões de euros em 2018, o equivalente a um aumento de 3,9 por cento em comparação com o ano anterior.

Segundo o INE, em 2018, o saldo da balança comercial de produtos da pesca ou relacionados totalizou um défice de 1.074,6 milhões de euros, tendo piorado em 11,5 milhões de euros face a 2017.

Questionado sobre esta evolução, Ricardo Serrão Santos defendeu que o “défice tem sido recorrente”, tendo em conta que Portugal continua a ser importador de pescado, com destaque para o salmão, bacalhau e também para os crustáceos.

“Lembremo-nos de que desde que as Zonas Económicas Exclusivas (ZEE) foram definidas, nos anos 90, a pesca do bacalhau deixou de poder ser feita e hoje somos importadores de pescado”, acrescentou.

Instituído em 1998, o Dia Mundial da Pesca, que hoje se celebra, pretende alertar para a importância da conservação dos oceanos e da vida marinha.

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