Ainda se lembra de Edward Snowden, o ex-analista da CIA que revelou o escândalo da espionagem? Dois anos depois, a Casa Branca recusou uma petição popular para perdoar ao foragido, alegando que Snowden colocou a segurança interna em causa e exigindo que seja presente a tribunal.

Os EUA não perdoam a Edward Snowden por ter revelado, em meados de 2013, várias informações que desvendaram o imenso programa de espionagem levado a cabo pela CIA.

O ex-analista da agência de inteligência norte-americana teve de fugir do país, procurando exílio na Rússia, o que levou 170 mil cidadãos a subscrever uma petição popular.

“Edward Snowden é um herói nacional e deveria ser emitido imediatamente um perdão pleno e absoluto por qualquer crime que ele tenha cometido ou possa ter cometido ao divulgar os programas secretos de vigilância”, argumentaram os subscritores, no texto da petição apresentada através do site oficial da Presidência dos EUA.

Hoje, a Casa Branca fez saber que a petição foi rejeitada.

Lisa Monaco, assessora de Barack Obama para Segurança Interna e Contraterrorismo, explicou que os documentos vazados por Snowden foram e ainda são uma ameaça para a segurança interna do país.

“A perigosa decisão de Snowden de roubar e revelar informação classificada teve graves consequências para a segurança de nosso país e para as pessoas que trabalham dia após dia para protegê-la”, sustentou a responsável.

A mesma assessora ‘aconselhou’ o foragido a regressar aos EUA para ser presente a tribunal, ao invés de “continuar a fugir às consequências das suas ações”.

“Deve voltar aos Estados Unidos e ser julgado por um júri popular, em vez de se esconder sob a proteção de um regime autoritário”, o russo, complementou Lisa Monaco.

Para Anatoly Kucherena, o advogado russo que está a auxiliar Snowden, a decisão da Casa Branca não foi surpreendente: “Nesse país, o caso Snowden é olhado do ponto de vista político e não jurídico. Falam de Edward como um criminoso”.